O câncer de mama é o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, ele está na frente, tanto em mortalidade quanto em incidência, em todos as regiões do país, exceto no Norte, onde há predomínio do câncer de colo do útero.
Uma das chaves para se prevenir contra essa enfermidade que tanto assusta as mulheres, como já é sabido, é a realização do exame de mamografia, que detectará a presença de qualquer anormalidade no seio. Ele, junto com o autoexame, é central para a detecção do carcinoma nos estágios iniciais, quando as chances de cura são bem elevadas.
No entanto, de tempos para cá, a orientação dos especialistas, em que pese as diferentes diretrizes em vários países, vem mudando no que diz respeito à idade em que a realização da mamografia deve ser iniciada por todas as mulheres. Claro que é grupos mais predispostos à doença, sobretudo por razões genéticas.
Em vias gerais, os oncologistas e mastologistas sempre recomendaram que a mamografia fosse iniciada aos 50 anos. Agora, muitos já recomendam que o exame seja realizado a partir dos 40 anos, já que a taxa de câncer de mama em mulheres jovens tem crescido 2% ao ano, diz o médico Steven Isakoff, do Mass General Cancer Center, de Massachussetts, nos EUA, em entrevista para o portal Sumedico, do jornal El Universal, do México. Ele usa como base os dados publicados numa pesquisa de 2015, divulgados na The Harvard Gazette.
A Força-Tarefa de Saúde Preventiva dos EUA (United States Preventive Services Task Force), um grupo independente de profissionais de saúde norte-americano, já em consonância com essas novas descobertas, vem também orientando as mulheres a realizarem a mamografia o quanto antes, argumentando que também há levantamentos que mostram uma agressividade maior da doença em pacientes jovens, quando comparados com aqueles que a desenvolvem em idades mais avançadas.
Há pouco mais de duas décadas, a mamografia já era indicada a partir dos 40 anos. Porém, um argumento da comunidade médica fez com que a orientação geral passasse para os 50, sob a justificativa de que o processo mais precoce gerava três problemas sérios: quadros de ansiedade de ter um resultado falso positivo, os riscos inerentes às biópsias, que são invasivas, e os riscos envolvidos no acompanhamento dos pacientes, que depois descobriam não sofrer da doença.
Steven Isakoff, no entanto, explica que na opinião dele e de outros colegas essa mudança jamais deveria ter ocorrido, uma vez que os 40 anos representam um marco ideal para que os exames tenham início.
Pontos-chave na prevenção
Para os médicos especialistas, quatro pontos são considerados chave nesse processo de prevenção e luta contra ao câncer de mama:
1 – Fatores que influenciem no desenvolvimento da doença
As mulheres devem ter na cabeça que o câncer de mama acomete majoritariamente mulheres de 50 a 59 anos, que representam 45% do total de diagnósticos para a enfermidade. Elas ainda devem ter consciência de que casos familiares aumentam exponencialmente as chances de a doença aparecer, assim como a exposição à radiação, o tabagismo, o consumo de álcool e a obesidade.
2 – A importância da detecção
O câncer de mama pode ser descoberto por um exame de mamografia, que utiliza um mecanismo de raio-x, ou por ressonância magnética, que usa imagens transmitidas para um computador. O método empregado vai depender de uma série de fatores, como o acesso a essas diferentes tecnologias, assim como os diferentes níveis socioeconômicos das pacientes. Para quem tem mais de 50 anos, dizem os médicos, a mamografia apresenta melhores resultados.
3 – Tratamento contra o câncer de mama
Uma mulher com câncer de mama pode ser submetida a diferentes formas de tratamento, que será definido a partir das particularidades de seu diagnóstico. Há a mastectomia, que é a retirada do tecido mamário onde a lesão se apresenta, o que muitas vezes envolverá a retirada total do seio. Na maior parte das vezes também será usada quimioterapia ou radioterapia para eliminar eventuais focos de células cancerosas. O uso de outros medicamentos também poderá ser empregado.
4 – Conscientização sobre a gravidade da doença
É natural que haja muito medo em torno desse assunto, mas isso não pode ser um obstáculo para que a mulher faça exames de detecção periódicos, assim como não a impeça de buscar ajuda no caso de uma suspeita, ou de um diagnóstico. Quanto mais cedo tratado, maior é a taxa de cura do câncer de mama.