A VERDADE

VÍDEO: Ministro de Lula desmente fake news abjetas sobre transplante de Faustão e fila do SUS

Através do termo "$US", usuários das redes sociais, principalmente bolsonaristas, vêm questionando a rapidez com que foi realizado o transplante de coração em Faustão e espalhando mentiras

Transplante de coração de Fausto Silva vem gerando inúmeras fake news.Créditos: Reprodução
Escrito en SAÚDE el

O apresentador Fausto Silva se submeteu neste domingo (27) a uma cirurgia de transplante de coração. O procedimento foi realizado com sucesso no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde ele estava internado desde o dia 5 de agosto.

Faustão foi incluído na lista de espera para transplante devido ao agravamento de um quadro de insuficiência cardíaca que estava sendo monitorado desde 2020. A fila em questão é administrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a situação do apresentador se enquadrou em critérios de prioridade que permitiram que o procedimento fosse realizado com relativa rapidez. 

O fato, entretanto, vem motivando inúmeras fake news nas redes sociais disseminadas, principalmente, por bolsonaristas. Através do termo "$US", esses internautas estão sugerindo que Faustão tenha desembolsado dinheiro para furar a fila do transplante ou ainda que o SUS estivesse priorizando o apresentador apenas pelo fato de ele ser famoso. 

O ministro das Relações Institucionais do governo Lula e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, então, decidiu em meio às mentiras sobre o assunto divulgar um vídeo, nesta segunda-feira (28), com a verdade sobre como funciona a fila de transplantes do SUS. 

"A polêmica sobre o transplante de coração do Faustão não cabe. Só em 2023, mais de 260 pessoas fizeram o procedimento pelo SUS no Brasil. Dessas, 72 conseguiram o órgão novo em um mês", escreveu o ministro na legenda do vídeo. 

"É impressionante a repercussão que deu o transplante de coração do apresentador Fausto. Um momento como esse serve para a gente conhecer melhor o sistema nacional de transplante, mas infelizmente muita gente que é anti-SUS quer usar esse momento para espalhar fake news, o que é muito grave", diz Padilha. 

"O Brasil tem o maior sistema nacional público de transplantes do mundo. Temos um sistema organizado a partir de uma lista com critérios de gravidade, critério de compatibilidade, disponibilidade daquele órgão, condições do paciente. Fila na saúde não é igual fila da padaria. Faustão não foi o único que fez transplante de coração. Só na última semana mais 11 pessoas fizeram, sempre seguindo essa ordem de prioridade e compatibilidade do órgão", prossegue. 

Assista

Como funciona a fila de transplantes do SUS

A política de transplante de órgãos no Brasil funciona a partir do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e, assim como o SUS, envolve as esferas federal e estadual.

  • É o Sistema Nacional de Transplantes que organiza, coordena, regulamenta e normatiza os transplantes no país.
  • O Sistema Nacional de Transplantes está vinculado ao Ministério da Saúde.
  • A Central Nacional de Transplantes funciona 24 horas por dia no Aeroporto de Brasília.
  • Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo.
  • 95% das cirurgias de transplantes são feitas no Sistema Único de Saúde.
  • Para entrar na lista de transplante, o médico deve inscrever o paciente. Ela funciona por ordem de chegada.  

O Brasil é referência no procedimento, pois oferece o maior programa público de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o Ministério da Saúde. 

No entanto, a fila para receber o tratamento é grande. São 65 mil pessoas esperando transplantes no geral; 386 para o de coração. O tempo de espera pode chagar a 18 meses.

A fila, organizada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que exerce a função de monitorar o processo de doação e transplante, leva em consideração critérios como tempo de espera e urgência do procedimento, compatibilidade sanguínea entre doador e receptor e a localização, pois é preciso levar em conta o tempo de duração do órgão fora do corpo. 

No caso de transplantes cardíacos, os pacientes que precisam de assistência circulatória (equipamentos que cumpram a função do coração ou de suas partes para sobreviver) também têm prioridade.