SENSO COMUM

Tristeza e câncer: realmente existe relação?

Pesquisadores investigaram a associação entre estados emocionais e a formação de tumores; veja conclusão

Pesquisadores revelam se tristeza pode levar ao câncer.Créditos: Pixabay
Escrito en SAÚDE el

Muitas pessoas acreditam na relação entre sentimentos negativos, como ansiedade e depressão, e o surgimento de tumores cancerígenos. Para descobrir se a ciência confirma o senso comum, pesquisadores do Centro Médico Universitário de Groningen, na Holanda, realizaram uma pesquisa com cerca de 320 mil pessoas diagnosticadas com câncer.

Os cientistas avaliaram os dados de pacientes de Holanda, Reino Unido, Noruega e Canadá presentes no inquérito internacional Psychosocial Factors and Cancer Incidence (PSY-CA), ou Fatores Psicossociais e Incidência de Câncer, em tradução para o português.

O resultado, então, foi uma negativa: não, não há relação entre tristeza e câncer.

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Os pesquisadores não acharam associações importantes entre ansiedade e depressão como fatores que influenciam o risco de desenvolver tumores,  incluindo os de mama, próstata e colorretal, principais tipos de câncer. 

O resultado do estudo foi publicado na revista Cancer, da Sociedade Americana de Câncer.

Depressão e câncer

Entre os pacientes diagnosticados com cânceres de pulmão e garganta, o diagnóstico de depressão e/ou ansiedade resultou em taxas maiores de risco. Porém, a relação foi significativamente atenuada quando os pesquisadores consideraram outros fatores de risco para o câncer, como tabagismo, uso de álcool e índice de massa corporal.

“A depressão e a ansiedade não estão relacionadas ao aumento do risco para a maioria dos desfechos de câncer, exceto para os cânceres de pulmão e relacionados ao tabagismo. Este estudo mostra que as principais covariáveis provavelmente explicam a relação entre depressão, ansiedade e câncer de pulmão e relacionado ao tabagismo”, esclarecem os pesquisadores no artigo.

A pesquisadora Lonneke A. van Tujil, do Centro Médico Universitário de Groningen, afirma que “nossos resultados podem ser um alívio para muitos pacientes com câncer que acreditam que seu diagnóstico é atribuído à ansiedade ou depressão anteriores”.