DETECÇÃO PRECOCE

Câncer de pulmão: o desafio global da prevenção e do tratamento precoce

Tomografia computadorizada de baixa dose traz avanços no rastreamento do câncer de pulmão

Raio X.Créditos: oracast/pixabay
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O câncer de pulmão tem se tornado um grave problema de saúde pública em todo o mundo, sendo a segunda forma mais frequente de câncer, com cerca de 2,2 milhões de novos casos anualmente e 1,8 milhão de mortes por ano, conforme dados da Agência de Pesquisa do Câncer (IARC). Essa doença se torna ainda mais alarmante quando consideramos que é a principal causa de óbitos entre as patologias oncológicas.

Uma estatística preocupante é que cerca de nove em cada dez pessoas diagnosticadas com câncer de pulmão são fumantes. Portanto, o primeiro passo para prevenir a doença é incentivar o abandono do tabagismo.

O Dia Mundial do Câncer de Pulmão, uma data promovida pelo Forum of International Respiratory Societies (FIRS), a European Respiratory Society e outras organizações, chama a atenção para a necessidade de conscientizar a população sobre essa doença devastadora. Embora existam novas terapias alvo que trazem esperança após o diagnóstico, o problema persiste: 75% dos pacientes chegam ao ambulatório em estágios avançados, o que reduz significativamente as chances de cura.

Um ponto alarmante, ressaltado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é que mais da metade dos diagnósticos de câncer de pulmão ocorrem em regiões menos desenvolvidas do mundo, onde o acesso à saúde é limitado. Esse cenário resulta em diagnósticos tardios e reduzidas taxas de sobrevida.

Entender o que é o câncer de pulmão e por que é difícil diagnosticá-lo precocemente é crucial para enfrentar esse desafio de saúde. Segundo a American Cancer Society, o câncer de pulmão começa nos pulmões quando as células começam a crescer descontroladamente, geralmente afetando as células que revestem os brônquios e outras partes do órgão respiratório.

A detecção precoce do câncer de pulmão é fundamental para melhorar as chances de sucesso no tratamento. Embora alguns casos de câncer precoce possam apresentar sintomas perceptíveis, nem sempre é o caso. No câncer de pulmão, os sintomas podem não aparecer até que a doença já esteja avançada. No entanto, algumas pessoas com câncer de pulmão em estágio inicial podem apresentar sintomas, tais como tosse persistente, tosse com sangue ou expectoração avermelhada, dor no peito, rouquidão, perda de apetite, perda de peso inexplicável, dificuldade para respirar, cansaço e infecções respiratórias recorrentes.

É importante que as pessoas procurem um médico assim que perceberem esses sintomas, pois a detecção precoce pode fazer a diferença no tratamento do câncer de pulmão. No entanto, é essencial destacar que muitos desses sintomas também podem ser causados por outras condições, mas é melhor investigá-los prontamente para descartar qualquer problema grave.

A tomografia computadorizada de baixa dose (LDCT) é o método mais eficaz de rastreamento, superando a radiografia de tórax ou citologia de escarro. No entanto, a implementação desses programas de rastreamento ainda é baixa em todo o mundo.

O objetivo futuro é ativar programas nacionais de rastreamento para a detecção precoce do câncer de pulmão, o que poderia reduzir significativamente os custos de tratamento e aumentar as chances de sobrevivência para aqueles afetados pela doença.

Em suma, a prevenção primária através do abandono do tabagismo e o diagnóstico precoce por meio do rastreamento são as principais armas para combater o câncer de pulmão. A conscientização e a educação da população são fundamentais para enfrentar esse desafio de saúde global.

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