VIAGENS AMEAÇADAS

Norovírus: casos da doença em cruzeiros voltam a crescer; entenda

Após período de declínio, número de surtos registrados é o maior em uma década

Imagem Ilustrativa.Créditos: Tomaz Silva/Agência Brasil
Escrito en SAÚDE el

De acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, 13 surtos de norovírus ocorreram em cruzeiros este ano. Trata-se do maior número registrado desde 2012.

Apesar da causa exata desse aumento ainda não estar clara, especialistas acreditam que a crescente demanda por cruzeiros e o número recorde de passageiros podem ter contribuído. Segundo o CDC, entre 2006 e 2019, o número de casos de gastroenterite aguda, um dos sintomas do norovírus, nos cruzeiros diminuiu constantemente. Em 2020 e 2021, nenhum surto do vírus foi registrado, muito provavelmente por conta da pandemia.

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Em resposta à pandemia de Covid-19, o CDC instituiu um aviso de saúde com recomendações contra viagens em navios de cruzeiro por questões de segurança. Os cruzeiros foram poucos e o número de passageiros a bordo também diminuiu, o que, somado aos protocolos de saneamento implementados durante essa época, acarretou na mitigação dos casos.

Em março de 2022, porém, a agência suspendeu o aviso de risco para viagens de cruzeiro e os passageiros estão retornando a taxas recordes, até superando os níveis pré-pandêmicos. No ano passado, foram dois surtos. Neste ano, o número já chega a 13. Para o CDC, é considerado um surto quando mais de 3% dos passageiros e tripulantes relatam sintomas, em cruzeiros com mais de 100 passageiros viajando entre três e 21 dias.

Em janeiro de 2023, foi atribuída ao norovírus a responsabilidade pelo surto de diarreia acontecido em Santa Catarina. A capital Florianópolis registrou mais de 4.500 casos. Análises de amostras de fezes feitas a partir de dezembro de 2022 pela Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis detectaram o norovírus em 63% dos casos.

O que é o norovírus

O norovírus é um vírus extremamente contagioso e infeccioso cujos principais sintomas são diarreia e vômito, além de náusea e dor no estômago. Ele provoca inflamação no estômago e nos intestinos, uma condição chamada de gastroenterite aguda. O vírus é a causa mais comum de vômito e diarreia por gastroenterite aguda nos Estados Unidos, afirma o CDC.

O contágio ocorre ao se ingerir acidentalmente partículas microscópicas de fezes ou vômito, o que pode acontecer ao entrar em contato com alguém infectado, consumir alimentos ou água contaminados ou tocar em superfícies contaminadas. O norovírus pode sobreviver em superfícies por dias e é resistente a parte dos desinfetantes. Por isso, a forma mais eficiente de evitar o contágio é lavar as mãos, assim como os alimentos.

Apesar de seus sintomas durarem apenas dias, uma pessoa pode ficar infectada por até duas semanas. A maioria das pessoas se recupera sem tratamento e o procedimento padrão para tratar os sintomas é a terapia de hidratação, visando repor os fluidos perdidos. 

O norovírus é especialmente difícil de ser controlado em cruzeiros por conta da dinâmica desses locais, com quartos próximos uns dos outros, refeições conjuntas e grande rotatividade de passageiros, que podem trazer o vírus consigo ao embarcar. Assim, ficou conhecido por alguns como o “vírus do cruzeiro”. Se um passageiro ficar doente, o CDC recomenda que ele fique na cabine e notifique a equipe médica do navio imediatamente.