DOENÇA DO FÍGADO

Esteatose Hepática: entenda qual é a doença diagnosticada em Zezé Di Camargo

Cantor sertanejo passa por reeducação alimentar após ser diagnosticado com esteatose hepática, doença que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no fígado

Zezé Di Camargo.Créditos: Reprodução/Instagram
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Nos últimos dias, o cantor sertanejo Zezé Di Camargo foi diagnosticado com esteatose hepática, também conhecida como doença do fígado. O cantor de 60 anos vem fazendo atividades físicas e dieta para tratar a enfermidade, que se caracteriza pelo acúmulo de gorduras no órgão hepático. A doença acomete 25% da população geral.

Sua esposa, Graciele Lacerda, influenciadora e educadora física, ajudou Zezé a montar o roteiro de atividades e disse que o quadro já foi revertido. “Quando iniciamos, ele estava com esteatose hepática. Hoje, já não tem mais e o percentual de gordura diminuiu, está se sentindo mais disposto”, afirmou ao Jornal Extra.

O gastroenterologista do Núcleo Avançado do Fígado do Hospital Sírio-Libanês, Mario Kondo, ressalta que “não existe um tratamento fácil. É preciso, seguindo um cronograma rigoroso, mudar os hábitos. Se fizer isso, é possível eliminar toda a gordura do fígado”. 

Como é causada a doença?

Segundo ele, quando a pessoa consome mais calorias do que gasta no dia a dia, ocorre o acúmulo de gordura no fígado. O consumo de alimentos de baixa qualidade nutricional, como embutidos, ultraprocessados e doces, pode desenvolver uma síndrome metabólica, que é o acúmulo de condições que levam ao aparecimento de doenças, como a esteatose hepática.

Patricia Marinho Costa de Oliveira, gastroenterologista e hepatologista do Fleury Medicina e Saúde afirma que um estilo de vida pouco saudável, onde há sedentarismo, colesterol bom (HDL) baixo, sobrepeso, triglicérides elevado e condições como diabetes são os principais fatores causadores da doença.

“As causas, em geral, estão associadas a um estilo de vida inadequado. Sobrepeso, sedentarismo, triglicérides elevado e colesterol bom (HDL) baixo, além de alterações na glicose, especialmente diabetes, são as principais condições associadas à doença gordurosa do fígado”, diz.

A esteatose hepática pode evoluir para uma cirrose, ou até um câncer de fígado em quadros mais graves. Em casos onde sintomas da esteatose hepática se expressam é preciso procurar um hepatologista.

Sintomas

Apenas o quadro avançado da doença gera sintomas, quando se está próximo de uma cirrose e o paciente apresenta inchaço na barriga. Nesses casos, a pessoa pode ter vômitos com sangue, emagrecimento, entre outros sintomas, afirma a gastroenterologista.

É importante fazer exames de rotina por ser uma doença silenciosa. Exames de imagem, em especial a ultrassonografia abdominal, e exames de sangue contribuem para diagnosticar o problema.

Embora se as pessoas magras tiverem uma alimentação rica em alimentos, mas de má qualidade nutricional, podem ter acúmulo de gordura no fígado. Logo, é preciso se atentar à alimentação.

Tratamentos

A esteatose hepática favorece problemas cardíacos, especialmente em diabéticos, além de comprometer as funções metabólicas do corpo pelo mau funcionamento do fígado. A solução para o problema envolve tratar as causas conforme a situação de cada paciente: manter o diabetes sob controle, diminuir o consumo de álcool e, sobretudo, adotar uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos regularmente, como fez Zezé di Camargo.

Segundo Tarcila Campos, nutricionista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a alimentação saudável deve ser variada e rica em frutas, verduras, legumes, nozes e cereais integrais, substituindo alimentos gordurosos e industrializados por opções mais naturais e nutritivas.

A nutricionista dá dicas: “em geral, recomendamos que esses pacientes passem a consumir metade do prato em verduras, legumes e vegetais, no almoço e na janta. Eles precisam receber uma quantidade maior de fibras, vitaminas e minerais, pois essas substâncias funcionam como antioxidantes para o corpo, ajudando nessa limpeza do fígado”.

Quando a gordura ocupa todo o órgão, o único tratamento possível é o transplante de fígado. Por isso, é essencial detectar o problema precocemente e seguir as orientações de alimentação saudável e exercícios físicos.

*Com informações do Estadão