O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (19), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca inclui o Ministério da Saúde como cota partidária, ou seja, cargo aberto para ser negociado com partidos aliados ao governo.
Padilha fez a declaração após reunião com Lula no Palácio do Planalto. Ele postou um vídeo no qual afirma que o Ministério da Saúde, comandado por Nísia Trindade, foi uma escolha técnica do presidente da República.
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"Escolheu um quadro da saúde pública, a ex-presidenta da Fio Cruz, Nísia Trindade, primeira mulher a comandar a pasta. Isso reforça a importância do tema da saúde pós pandemia", escreveu.
Padilha também desmentiu que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), tenha reivindicado comando do Ministério da Saúde.
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"Devemos ser justos com o presidente Arthur Lira, que em nenhum momento reivindicou o Ministério da Saúde ou outro ministério, como especulado por alguns veículos da imprensa", esclareceu.
No Twitter um dos assuntos mais comentados nesta tarde é "Nísia Trindade fica". Internautas progressistas repercutiram a decisão de Lula sobre a permanência da ministra.
Conversas com União Brasil para definir Turismo
Padilha também afirmou nesta segunda que o impasse com o União Brasil em relação ao comando do Ministério do Turismo será discutido nos próximos dias, mesmo com o presidente Lula fora do país.
O ministro responsável pela articulação política do Governo Lula disse que a reforma ministerial seguirá na pauta desta semana.
"Conversamos também com Lula, que partirá hoje, sobre as reuniões que teremos ao longo da semana com os líderes de vários partidos, principalmente do União Brasil, para continuar discutindo a reformulação dos ministérios, conforme desejado pelos líderes do União Brasil. Como mencionei anteriormente, esse assunto já está na agenda do governo e poderemos lidar com ele nos próximos dias", relatou.
Lula vai bater o martelo
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), também tratou do tema reforma ministerial nesta segunda. Em entrevista ao jornal goiano O Popular ela disse que Lula tomará uma decisão sobre o futuro da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, quando retornar de sua viagem à Europa.
Segundo Gleisi, o presidente da República priorizará deixar a situação do governo "relativamente organizada e tranquila" antes de embarcar para a Europa ainda nesta segunda. Ao regressar, ele avaliará e tomará medidas referentes à composição do governo.
Nas últimas semanas, em meio às negociações para construir uma base do governo no Congresso Nacional, o presidente Lula teria comunicado no dia 12 de junho que aceitaria a indicação da bancada do UB na Câmara que indicou o nome do deputado Celso Sabino (União-PA) para comandar o Ministério do Turismo no lugar de Daniela .
No último sábado (17), em almoço, Lula sinalizou a Sabino que deputado vai mesmo ficar com Turismo, cuja indicação é do União Brasil.
Viagem presidencial
Lula embarcará para a Europa na noite desta segunda. O presidente tem uma reunião agendada com o Papa Francisco, no Vaticano, na quarta-feira (21). Além disso, ele se encontrará com o presidente italiano, Sergio Mattarella, e com o presidente francês, Emmanuel Macron. A comitiva presidencial deve retornar ao Brasil na sexta-feira (23).