O recente aumento de casos e óbitos causados pela febre maculosa acenderam um alerta. Com três mortes confirmadas e outras ocorrências ainda investigadas, o surto da doença já preocupa o poder público.
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A doença é grave e precisa ser tratada o quanto antes. É importante estar atento aos sintomas e como ocorre a infecção. Veja os detalhes da patologia do carrapato abaixo.
Como é transmitida a febre maculosa?
No Brasil, o principal vetor da doença é o carrapato estrela (Amblyomma cajennense ou Amblyomma sculptum), que está presente em todo o território nacional, principalmente em zonas rurais. O carrapato amarelo do cão (Amblyomma aureolatum) também pode transmitir a doença. É através da picada que o bactérias entra no organismo.
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Segundo o médico infectologista, Marcos Caseiro, a febre maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, que é considerada atípica por ter um desenvolvimento intracelular. "Para que a infecção ocorra, é necessário um contato prolongado com o parasita por, no mínimo, quatro horas", explica Caseiro.
Quais são regiões endêmicas?
A febre maculosa é considerada endêmica na Região Sudeste. O estado de São Paulo registra o maior número de casos. Em 2022, foram 53 registros, com 37 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 76 casos e 42 mortes. A região de Campinas, onde os casos recentes foram registrados, é especialmente endêmica.
Segundo Caseiro, zonas de mata, entornos de reservatórios e áreas com animais silvestres, como capivara, são tipos de terrenos onde os carrapatos geralmente são mais presentes.
Quais são os sintomas?
Os sintomas são muitos, e é importante estar atento. "Febre de início súbito, dor de cabeça e dor muscular. Se esses sintomas acontecem após a picada de carrapato ou contato com áreas de risco é importante ficar atento", explica Caseiro. Outros sintomas comuns são as manchas pelo corpo, náuseas e vômito.
"É uma doença bastante grave. Pode ter evolução rápida para quadros de confusão mental, por exemplo", explica o infectologista. Ele afirma que é muito importante que ocorra o tratamento precoce da infecção.
Tem cura?
Apesar de grave, a febre maculosa tem cura. Por se tratar de uma infecção bacteriana, o tratamento é feito com auxílio de antibióticos. Marcos Caseiro explica que são utilizados antibióticos da família das tetraciclinas, em especial a doxiciclina e o cloranfenicol.
O que fazer para evitar a infecção?
A doença é mais comum em zonas rurais. Locais com mato alto e mata fechada são considerados de maior risco, assim como o entorno de represas e outros corpos de água. Após visitar locais como esses, é importante tomar um bom banho e se atentar a possíveis carrapatos grudados ao corpo. A remoção deve ser feita com pinça.
"É preciso estar atento também às regiões onde os casos estão sendo registrados, como Campinas", explica o infectologista. Caseiro também atentou para o fato de que em determinados períodos do ano a infecção é mais comum, a depender do ciclo de vida do carrapato.
"Há o estágio inicial, que vai de março até junho, quando o carrapato ainda é bem pequeno. Depois vem a fase das ninfas, que vai de julho a outubro. Por fim, de novembro a fevereiro, os carrapatos estão na idade adulta", explica.
O médico afirma que a doença pode ser transmitida em todos os estágio da vida do carrapato. Contudo, é no período de julho a outubro, que mais ocorrem as infecções, pois as ninfas precisam se alimentar mais e, consequentemente, picam mais os humanos.