ATENÇÃO

Febre maculosa: governo faz reunião de emergência e emite alerta sobre surto

Alta letalidade e necessidade de tratamento precoce são preocupações de autoridades de saúde

Febre maculosa brasileira tem preocupado moradores do interior paulistaCréditos: Agencia Brasil
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Nesta quarta-feira (15), autoridades de saúde fizeram uma reunião de emergência para tratar da febre maculosa brasileira (FMB), que já matou pelo menos duas pessoas na região de Campinas (SP) e está se espalhando no interior paulista.

Um documento obtido pela Fórum, de autoria de Andrea von Zuben, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas, mostra os principais pontos de atenção sobre a doença.

Reunião na Prefeitura de Campinas sobre o tema resultou em alerta na região sobre doença (Foto: Carlos Brassa/PMC)

O que é Febre Maculosa Brasileira (FMB)? Como ela se transmite?

A febre maculosa brasileira é uma  doença causada pela bactéria Rickettsia ricketsii, que se hospeda no 'carrapato-estrela'. Esse animal parasita cavalos e capivaras, que transmitem a ele a doença. Então, o carrapato-estrela parasita e infecta o ser humano.

"A transmissão da bactéria causadora da FMB se dá pelo parasitismo prolongado do carrapato infectado", explica o documento do DEVISA. São necessárias "cerca de 4 horas de alimentação com sangue do hospedeiro" para que ocorra a transmissão da doença.

Ou seja: o carrapato tem que se hospedar no seu corpo e ficar por pelo menos quatro horas parasitando para efetivamente te infectar com a bactéria Rickettsia ricketsii.

As principais áreas de risco são regiões habitadas por capivaras e cavalos, com folhas secas e vegetação abundante. Os principais afetados são trabalhadores rurais.

Por isso, a principal forma de prevenção é checar o seu corpo sempre depois de visitar áreas de risco para garantir a ausência de carrapatos e, em caso de picada de carrapato, comunique as autoridades de saúde para tratamento precoce.

Quando devo ir ao médico?

Os principais sintomas da Febre Maculosa Brasileira são febre alta, dor de cabeça, enjoo e vômito. Em alguns casos, a doença evolui para hemorragias e exantemas (em alguns casos), que são erupções cutâneas, e depois edema de membros inferiores, insuficiência renal, edema pulmonar, convulsões e morte.

A orientação do documento do DEVISA é que, após apresentar os sintomas, os pacientes devem ser tratados independentemente de resultado laboratorial. 

"O tratamento DEVE ser instituído no momento da suspeita, o mais precoce possível. Não aguardar evolução da piora do caso, o surgimento de exantema ou a confirmação laboratorial do caso", afirma a DEVISA.

Qual a letalidade da Febre Maculosa Brasileira?

O atual surto de Febre Maculosa Brasileira teve uma letalidade conhecida de 100%, o que tem preocupado bastante as autoridades de saúde. Contudo, a letalidade da doença variou entre 33% e 71% durante os últimos anos no Brasil. 

A doença, contudo, tem um ciclo de vida muito rápido e acaba matando os carrapatos que a transmitem e, portanto, surtos de grandes proporções são difíceis.

A prefeitura de Campinas já alertou as regiões próximas onde surtos ocorreram com comunicação indicando o atendimento para casos suspeitos da febre maculosa.

Por fim, o documento afirma que "a febre maculosa está para Campinas como a Malária está para a região amazônica, ou seja, em termos de suspeição da doença, é fundamental pensar em FMB em pacientes que apresentarem febre e: • Investigar, de modo obrigatório e insistente, a exposição (frequência, visita, etc.) a locais de risco", completa.