FÓRUM CAFÉ

Secretária do Ministério da Saúde defende criminalização do movimento antivacina

Ethel Maciel exigiu responsabilização de movimento antivacina e das redes sociais por crimes contra a saúde pública

Ethel Maciel.Ethel Maciel defende postura rígida nas redes sociais para criminalizar fake news do movimento antivacinaCréditos: Conselho Nacional de Saúde
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No Fórum Café desta quarta-feira (19), a secretária da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) Ethel Maciel deu uma entrevista sobre os desafios enfrentados por sua área nos primeiros meses da gestão Lula.

Ela relatou um cenário lamentável deixado pelo governo anterior. “A gente encontrou um cenário de terra arrasada. Nós não tínhamos contrato de várias vacinas que precisavam para fazer toda nossa vacinação de 2023, para fazer a vacinação infantil, não tínhamos vacina contra covid-19 de crianças, não tínhamos vacina bivalente”, disse Ethel.

A capixaba, que foi eleita reitora da Universidade Federal do Espírito Santo em 2019 mas não empossada por Bolsonaro, relatou um cenário crítico com medicamentos próximos da validade e sem destinação adequada nos depósitos do Ministério da Saúde.

Regulação das redes

Durante a entrevista, ela também relatou que é necessário uma regulamentação sobre as redes sociais. "As redes precisam se responsabilizar pelos conteúdos mentirosos. Essa desinformação também precisa acontecer na área da saúde. Houve um impacto gigantesco na área da saúde e especificamente na vacina e [a internet] foi responsável pelo crescimento do movimento antivacina no país", disse.

Para ela, o antigo governo também tem culpa no processo. "Você tinha autoridades no governo do movimento antivacina, que é reconhecido pela OMS como uma das dez maiores ameaças à saúde mundial. Isso é muito grave, e nós precisamos controlar e combater esse movimento que circula nas redes livremente", disse.

Por isso, Ethel defendeu uma regulação mais intensa e a responsabilização sobre conteúdos desse tipo nas redes. "A gente precisa criar um arcabouço jurídico para que isso possa ser minimizado, controlado e [garantir que] pessoas que cometam esse tipo de crime paguem por isso", explica.

Confira a entrevista dela ao Fórum Café da manhã desta quarta-feira: