ALERTA

Argentina registra caso de doença rara em humanos após quase 30 anos

Encefalite equina ocidental aumentou, também, em cavalos; taxa de letalidade da enfermidade pode chegar a 30%, segundo a OMS

Hospital na Argentina. Imagem Ilustrativa.Créditos: Wikimedia Commons
Escrito en SAÚDE el

A Argentina registrou o primeiro caso de encefalite equina ocidental (EEO) em humanos em quase 30 anos. A doença rara foi registrada pela última vez no país em 1983 e 1996, respectivamente 40 e 27 anos atrás. O aumento de casos tem deixado o Ministério da Saúde do país e a Organização Mundial da Saúde (OMS) em alerta.

O caso foi confirmado pelo Ministério da Saúde argentino em 20 de dezembro. O doente reside no departamento de General Obligado, na província de Santa Fé, cerca de 850 km de distância da capital, Buenos Aires. O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) argentino já havia detectado casos da enfermidade em cavalos na cidade, o que, somado aos sintomas, fez com que o caso fosse considerado suspeito e fosse investigado.

O Ministério informou que o paciente está internado no Hospital Público Olga Stucky de Rizzi, em Reconquista, e seu quadro evolui favoravelmente.

Casos de encefalite equina aumentam

Na Argentina, foram registrados 920 surtos de EEO em equinos, espalhados por 15 províncias do país, incluindo a da capital. Dessas 15, duas, Corrientes e Misiones, fazem fronteira com o Sul do Brasil.

Os números expressivos fizeram o Ministério da Saúde argentino emitir um Alerta Epidemiológico em todo o país desde o dia 28 de novembro, para detectar possíveis casos em humanos por meio de vigilância epidemiológica. O Uruguai, vizinho da Argentina, também tem registrado casos da doença em equinos desde o começo deste mês.

No dia 20 de dezembro, a OMS emitiu um alerta epidemiológico sobre o perigo da encefalite equina ocidental para humanos.

O que é a encefalite equina

A encefalite equina ocidental é causada por um vírus de mesmo nome do gênero Alphavirus. Ela é transmitida pela picada de mosquitos infectados, que adquirem o vírus ao picar aves, reservatórios do vírus. A doença afeta mais os equinos, mas estes não são capazes de transmiti-la aos mosquitos, bem como aos humanos.

Em humanos, segundo a OMS, a EEO pode causar doenças que variam de formas subclínicas ou moderadas até formas graves de meningite asséptica e encefalite, com uma taxa de letalidade de até 30%.

A maioria dos casos em humanos são isolados e leves, causando febre, dor de cabeça e fadiga, que podem persistir por dias ou semanas. No início, os sintomas também incluem calafrios, dores musculares e mal-estar generalizado. Em seguida, também podem haver vômitos e sonolência, bem como sintomas neurológicos de tremores generalizados.

A OMS informa que não há tratamento antiviral específico para humanos, e as medidas de tratamento incluem repouso absoluto, hidratação adequada e manejo sintomático. Para os equinos, há vacinas disponíveis.

Como prevenção, a Organização recomenda usar roupas que cubram braços e pernas, especialmente em casas onde alguém esteja doente, uso de repelentes e mosquiteiros em portas e janelas. Em situações de surto, as atividades ao ar livre devem ser evitadas durante o período de maior alimentação dos mosquitos (ao amanhecer e ao entardecer). A transmissão tende a aumentar, também, nas estações quentes e úmidas.