CUIDADO

Saiba qual é o novo medicamento colocado no rol dos produtos controlados pela Anvisa

Inclusão do composto em lista de entorpecentes se deu por “potencial de abuso e dependência”

Sede da Anvisa em Brasília.Créditos: Waldemir Barreto/Agência Senado
Escrito en SAÚDE el

O analgésico opioide viminol é a mais nova substância entorpecente classificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A medida surge em um momento de preocupação crescente com os efeitos do uso de opioides.

A Anvisa informou nesta quinta-feira (28) que, a partir de 1º de janeiro, o medicamento Dividol – o hidroxibenzoato de viminol, único brasileiro que contém a substância em sua composição – só poderá ser vendido com receita amarela [que permite a compra de medicamento entorpecente ou psicotrópico].

O viminol foi incluído na lista de substâncias entorpecentes da Portaria SVS/MS 344/98 da Anvisa no dia 24 de novembro. Ele é utilizado para uma quantidade variada de dores no corpo.

A medida entrou em vigor no dia 1º de dezembro, com alterações nas regras de prescrição e venda ou dispensação do Dividol, da empresa Zambon Laboratórios Farmacêuticos Ltda.

Foi dado um prazo de 30 dias para que as empresas efetuem as alterações necessárias, que se encerra no próximo dia 1º. A partir de então, o medicamento só poderá ser prescrito pelos profissionais e entregue pelas farmácias mediante Notificação de Receita A (amarela), aquela utilizada para medicamentos extremamente controlados.

A Anvisa esclarece que durante o período de transição, isto é, até o dia 1º de maio de 2024, “o medicamento em embalagem ainda não adequada, ou seja, com tarja vermelha, poderá ser comercializado e dispensado, desde que "acompanhado da Notificação de Receita A (amarela)”.

Preocupação com opioides

O viminol foi incluído na lista de substâncias entorpecentes com base em estudos que “demonstraram o potencial de abuso e dependência da substância, bem como os riscos à saúde pública associados ao seu uso”, explica a Anvisa.

Segundo dados da Anvisa, a venda com prescrição de opioides cresceu 465% de 2017 a 2022. Outros dados do Ministério da Saúde divulgados este mês revelaram que 36,9% dos brasileiros com mais de 50 anos convivem com algum tipo de dor crônica e, desses, cerca de um terço, ou 30%, usam opioides para aliviar o problema.

O aumento no uso dessas substâncias tem acendido um alerta dado a verdadeira epidemia de opioides que vive os Estados Unidos, impulsionada pela disseminação do fentanil, um opioide cerca de cinquenta vezes mais forte que a heroína, associado a overdoses fatais.