O consumo de remédios opioides vem crescendo no mundo inteiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, eles foram responsáveis por mais de 100 mil mortes por overdose entre 2020 e 2021. Esse número já supera as mortes por arma de fogo e as mortes no trânsito no país. A situação já é considera uma epidemia, e aqui no Brasil, esse problema também ecoa.
Segundo dados da Fiocruz, 2,9% dos brasileiros já fizeram uso de algum medicamento à base de opiáceos, o que equivale a 4,4 milhões de brasileiros. Para se ter uma ideia, o crack foi experimentado por "apenas" 0,9% da população, enquanto 0,3% já usou cocaína. Além disso, a circulação de opioides está em ascensão.
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Segundo dados da Anvisa, de 2017 a 2022, a venda com prescrição desses medicamentos cresceu 465%. A codeína corresponde a 90% dos opioides vendidos no Brasil e está relacionada a analgésicos comuns, como o paracetamol. Em seguida, vem a oxicodona e a metadona como os remédios mais vendidos desse tipo.
O cenário coloca os opiodes e os eventuais problemas de dependência química que podem causar no radar dos profissionais e das instituições de saúde. Nesse sentido, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP inaugurou um ambulatório para tratar os dependentes desses medicamentos.
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O ambulatório do HC
Inaugurado na manhã desta sexta-feira (02), o ambulatório do HC está localizado no Instituto Perdizes (IPer). A unidade inaugurada em 2022 é especializada no tratamento de dependentes químicos e foi pensada inicialmente para auxiliar no tratamento de pessoas que frequentam a cracolândia.
??O ambulatório que tratará os casos de dependência de opóides contará com serviços de psiquiatria, psicologia e manejo da dor. O acesso de pacientes é por meio do sistema de regulação do estado de São Paulo (Siresp), após encaminhamentos de UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e de Caps (Centros de Atenção Psicossocial).
Com informações da Folha de São Paulo.