A ascensão do Fentanil, opioide que tem se popularizado entre jovens e adultos nos EUA nos últimos anos, tem levado o mercado de produtores de cocaína na Colômbia a enfrentar uma crise inédita. Para alguns, há uma mudança de uso e comportamento e que o tempo da "bonança da coca" pode ter terminado.
No entanto, cerca de 250 mil famílias, do 5 milhões de colombianos, dependem da cultura de coca.
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De acordo com informações do Infobae, a crise da coca tem se espalhado pela costa do Pacífico colombiano. Nesta região empobrecida e dominada por dissidentes guerrilheiros das Farc que romperam com o acordo de paz de 2016, 44% dos 204 mil hectares são plantações de coca, segundo ados das Nações Unidas.
No município de Olaya Herrera, o produtor Nilson Solis sente a crise: "no momento a economia da coca não está dando muito dinheiro para sobreviver, antes a coca tinha preço mais ou menos bem..., mas por um tempo caiu", disse.
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Autoridades da Colômbia tentam entender a crise do mercado de coca. Há algumas hipóteses. Felie Tascón, diretor do Programa de Substituição Voluntária do governo, afirma que a quebra do pacto de não agressão por parte de alguns guerrilheiros que haviam aderido ao plano de paz, pode ter levado o mercado a uma "superprodução" (excesso de coca).
Julián Quintero, diretor da ONG de consumo de substâncias psicoativas Échele Cabeza, a cocaína atual tem cada vez mais alcalinidade e rendimento", consequentemente, são necessários menos folha para produzir cocaína.
Novas drogas, novos hábitos
O presidente Gustavo Petro, no dia 13 de maio, visitou Olaya Herrera, onde um quilo de pasta base custava, em média, US$ 695 e passou para, no máximo, US$ 440.
Gustavo Petro acredita que a baixa demanda pela pasta base (de onde se produz a cocaína e o crack) tem relação "com o fato de que os americanos mudaram seu consumo, seus gostos", declarou o presidente em referência aos opioides, que se popularizaram nos EUA.
Nos Estados Unidos, onde 97% da cocaína é de origem colombiana, os opiáceos se tornam cada vez mais comum, tais como o Fentanil, que é mais viciante e forte do que a cocaína.
Quintero acredita que a cocaína se tornou uma droga para consumidores de "alto padrão", executivos enfrentam longas jornadas de trabalho. Por outro lado, os opioides e estimulantes como ecstasy ganham espaço entre os mais jovens que buscam "sensações associadas ao afeto, ao amor, à dança".
Além disso, o presidente Petro afirmou que a desvalorização da moeda local se deve, em parte, à falta de circulação de dólares do narcotráfico. Informações da Comissão Global de Políticas de Drogas apontam que o dinheiro da máfia representava de 2 a 3% do PIB.