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Dengue: Doença bate triste recorde de mortes em 2023

Este é o segundo ano seguido em que o número de óbitos da doença é o maior já registrado

Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.Créditos: Pixabay/Divulgação
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O número de mortes por dengue bateu recorde em 2023. Foram 1.079 óbitos pela doença até esta quarta-feira (27), o maior número da série histórica. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan online).

Este é o segundo ano consecutivo em que o número de mortes por dengue no Brasil bate recordes. Em 2022, foram 1.053 óbitos pela doença, ainda de acordo com o Sinan. O terceiro ano com mais mortes foi 2015, com 986 registros.

Frente ao número recorde, o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que 11,7 mil profissionais foram capacitados em 2023 para  manejo clínico, vigilância e controle das arboviroses e que irá investir R$ 256 milhões no “fortalecimento da vigilância das arboviroses” – doenças cujo vírus é transmitido por inseto e aracnídeos.

Disse ainda que “o momento é de intensificar os esforços e as medidas de prevenção por parte de todos para reduzir a transmissão das doenças. Para evitar o agravamento dos casos, a população deve buscar o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas”.

Os principais sintomas da dengue incluem febre, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Previsão de aumento de casos

O Ministério da Saúde informou no começo de dezembro que prevê uma epidemia de dengue para as regiões do Centro-Oeste e Sudeste, com foco em Minas Gerais e Espírito Santo. No Sul, o destaque é o Paraná, classificado com potencial muito alto para casos de dengue. No Nordeste, os casos também aumentam, mas abaixo do limite epidêmico.

De acordo com dados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), 1.506 dos 4.976 municípios analisados têm classificação de alerta para infestação do mosquito, o que representa 30,2%. Outros 189 municípios têm classificação de risco.

O estudo também revelou que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estavam nos domicílios em 2023, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados e canos, por exemplo).

Vacina contra a dengue

A vacina contra a dengue Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) na última quinta-feira (21).

A incorporação, no entanto, não será em larga escala, uma vez que a farmacêutica diz ter uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Assim, serão escolhidos públicos e regiões prioritárias, de acordo com a incidência da doença. A pasta explica que o Programa Nacional de Imunizações (PNI), junto com a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), devem elaborar essas estratégias até as primeiras semanas de janeiro.

A previsão é de que sejam entregues 5,082 milhões de doses em 2024, sendo 460 mil em fevereiro, 470 mil em março, 1,650 milhão em maio e em agosto, 431 mil em setembro e 421 mil em novembro.

A vacina é indicada para prevenção de dengue causada por qualquer sorotipo do vírus para pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente de exposição prévia. O esquema de imunização é de duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

* Com informações da Agência Brasil.