VÍRUS

Vírus sincicial respiratório: Entenda o que é essa infecção altamente contagiosa

Agente infectante afeta principalmente bebês; Anvisa liberou primeiro medicamento para prevenção do vírus

Imagem IlustrativaCréditos: Pixabay
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O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais agentes causadores de infecção nas vias respiratórias. Parte do gênero Pneumovirus, ele se diferencia de outros vírus por ser altamente contagioso e afetar especialmente recém-nascidos, causando doenças como bronquiolite aguda e pneumonia.

Segundo o Portal Dráuzio Varella, há evidências de que até os três anos de idade, todas as crianças já entraram em contato com esse vírus, mas nem todas desenvolvem a forma grave da doença. Entre o final do outono, passando pelo inverno e o início da primavera, é comum que os casos de infecção por VSR aumentem ainda mais, bem como durante o período chuvoso em localidades de clima tropical ou subtropical.

Quais os grupos mais afetados pelo VSR

Os bebês prematuros com menos de um ano de vida são os mais afetados pela doença em sua forma grave. Crianças que passam por um desmame precoce também ficam mais vulneráveis, pois podem ter o fortalecimento de seu sistema imunológico comprometido.

Outros grupos de risco são, segundo a Associação Americana de Pediatria, portadores de distúrbios cardíacos congênitos, de doenças pulmonares crônicas e de imunodeficiência congênita ou adquirida. Fumar passivamente e estar em ambientes pouco ventilados e com muita gente são outras condições que favorecem a manifestação desses quadros infecciosos.

No entanto, qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus sincicial respiratório. O que muda é sua manifestação clínica, que é mais grave com exposição anterior ao vírus, a existência de doenças subjacentes e para aqueles nos extremos de idade.

Como identificar o VSR

O VSR é transmitido pelo contato direto com as secreções eliminadas pela pessoa infectada, através de tosse, espirro ou fala, por exemplo. O vírus também pode sobreviver por várias horas em superfícies e objetos contaminados, o que facilita o contágio por esse meio indireto.

Ele penetra no organismo, onde pode permanecer por semanas, através de mucosas da boca, do nariz ou dos olhos. Quando aparecem os sintomas em uma pessoa, ela já está transmitindo o VSR há dois dias e continua o fazendo até que a infecção esteja controlada.

Na maioria das pessoas, os sintomas duram em torno de cinco dias e são semelhantes aos do resfriado comum. Outras podem ser assintomáticas. No entanto, o VSR pode rapidamente se tornar um perigo para a saúde.

Em algumas pessoas, a infecção pode alcançar o trato respiratório inferior e afetar bronquíolos, alvéolos e pulmões. É então que os sintomas passam a ficar mais graves. A febre é alta, a tosse excessiva e há dificuldade para respirar.

A pessoa também pode apresentar lábios e unhas arroxeados, um chiado no peito, falta de apetite, letargia e o chamado adejo nasal, quando a obstrução das vias aéreas provoca batimentos acelerados das asas do nariz.

Prevenção

Nesta segunda-feira (30), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou um medicamento para prevenir o aparecimento do vírus sincicial respiratório em crianças.

O medicamento Beyfortus, ou nirsevimabe, da empresa Sanofi Medley Farmacêutica, consegue neutralizar as cepas do VSR. A Anvisa explica que “o medicamento inibe a etapa essencial de fusão da membrana no processo de invasão viral, neutralizando o vírus e bloqueando a fusão célula a célula”.

A Agência recomenda a aplicação por via intramuscular, em dose única e solução injetável, durante toda a temporada do VSR. Ele é indicado para recém-nascidos e bebês lactentes ou para crianças de até 24 meses de idade com doença pulmonar crônica da prematuridade (DPC), doença cardíaca congênita hemodinamicamente significativa (DCC), fibrose cística, doenças neuromusculares ou anomalias congênitas das vias aéreas, bem como aquelas imunocomprometidas ou portadoras da síndrome de Down.

Outro remédio aprovado pela Anvisa para prevenção é o palivizumab, que deve ser administrado em cinco doses consecutivas, uma a cada 30 dias, com a primeira um mês antes da temporada do VSR. A prevenção também inclui hábitos de higiene indicados contra a maioria das infecções virais, como lavagem frequente das mãos com água e sabão e aplicação de álcool gel.

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