Gael, um menino de 10 anos, foi diagnosticado com epilepsia e sofria com crises de até 60 convulsões por dia, o que desesperava sua mãe, Ana Lúcia Oliveira. A doença é derivada de uma meningite meningocócica e de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que ele teve aos dois meses e meio de idade.
Atrás de um tratamento eficaz que possibilitasse uma melhor qualidade de vida, Gael e Ana Lúcia tiveram o primeiro contato com o óleo de maconha medicinal.
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A partir de então, o dia-a-dia do garoto mudou consideravelmente e as preocupações da epilepsia deram lugar ao bem-estar.
"O Gael tem uma boa saúde e é realmente por conta do óleo dessa planta. Isso é fato”, contou a mãe.
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Ana Lúcia chegou a gastar R$ 700 em consultas com um neurologista para o filho. Embora seguisse as orientações do tratamento convencional conforme os médicos solicitavam, os resultados positivos não apareciam.
A mãe de Gael teve o primeiro contato com o tratamento através de um jardineiro que cultiva o óleo artesanal à base de cannabis. De acordo com ela, as crises despencaram de 60 para 20 e, por fim, 5 crises diárias.
O óleo que o garoto utiliza é feito de THC, uma substância extraída da maconha.
“Ainda existe muita desinformação a respeito dessa medicina à base de cannabis nos hospitais e, principalmente, entre os profissionais de saúde”, disse Ana.
Atualmente, Gael tem, em média, uma convulsão por semana e permanece utilizando o óleo de THC. Por conta da mudança de vida, a mãe do garoto se manifesta como defensora do acesso gratuito à maconha medicinal.
As dificuldades enfrentadas para o tratamento pela família de baixa renda, que vive em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, foram atenuadas após o governo do Estado aprovar a Lei 17.618/2023 em janeiro, que prevê a distribuição de medicamentos à base de canabidiol pela rede pública de saúde.
Mesmo assim, a preocupação sobre os remédios ainda aflige a mãe, que questiona a inclusão de produtos artesanais ao arsenal liberado pelo governo.
“Quem já está usando o óleo artesanal? O SUS vai trabalhar com óleo artesanal? Como vai ser a transição? Qual será o tipo de canabidiol oferecido pelo SUS? Será tarja preta ou alto custo?”, pergunta.