Nesta segunda-feira (2), a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar a vacina Qdenga contra a dengue. Ela é desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda. A nova vacina é considerada mais eficaz do que a vacina previamente recomendada, a Dengvaxia.
A decisão foi tomada pelo Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da OMS (SAGE, na sigla em inglês), que se reuniu entre os dias 25 e 29 de setembro.
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Como funciona e para quem é indicada a vacina
O SAGE recomenda que a vacina seja aplicada para a população de ambientes com alta carga e transmissão de dengue.
Os países que se enquadrem nesse critério devem incorporar a vacina para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, recomenda o Grupo. O SAGE explica ainda que, nessa faixa etária, “a vacina deve ser introduzida cerca de 1 a 2 anos antes do pico de incidência de hospitalizações relacionadas à dengue, específico para a idade”.
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O esquema de imunização deve ser feito com duas doses, administradas com um intervalo de três meses entre elas.
A OMS recomenda ainda que a vacina seja adotada junto a uma “estratégia de comunicação bem concebida e com o envolvimento da comunidade”.
A vacina da Takeda, chamada Qdenga ou TAK-003, utiliza um vírus atenuado para induzir a resposta imunológica. Segundo o relatório da OMS, o imunizante demonstrou eficácia contra os quatro sorotipos do patógeno entre crianças de 4 a 16 anos. Nos estudos clínicos, a imunização demonstrou uma eficácia geral de 80,2% para evitar contaminações, e de 90,4% para prevenir casos graves.
Vacina no Brasil
No Brasil, a vacina TAK-003 foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano. Ela é permitida para a prevenção da dengue por qualquer sorotipo do vírus em indivíduos de 4 a 60 anos.
Atualmente, ela está disponível apenas de maneira particular, podendo custar de R$ 400 a R$ 500. No entanto, a farmacêutica solicitou ao Ministério da Saúde, em agosto, a inclusão das doses no Sistema Único de Saúde (SUS), o que está sendo avaliado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec).
A Anvisa já permitia a vacina Dengvaxia no país desde 2015. No entanto, o imunizante, desenvolvido pela Sanofi, tem um público-alvo restrito: aqueles já foram contaminados com a doença. Por isso, a Dengvaxia é aprovada somente para pessoas de 9 a 45 anos e para os que já tiveram a doença e está disponível apenas em clínicas particulares, o que dificultou sua adesão.
Daí a importância da recomendação do novo imunizante pela OMS. O órgão ressaltou que a dengue é um “fardo significativo para a saúde pública em países endêmicos e sua incidência e expansão geográfica devem aumentar devido às mudanças climáticas e à urbanização”.
*Com informações d’O Globo.