O Governo Lula tem revertido o negacionismo bolsonarista contra a vacinação infantil e o país registra aumento das taxas vacinais das crianças. É o que revela levantamento do Observa Infância, uma parceria entre a Fiocruz e a Unifase cujos dados foram divulgados às vésperas do aniversário de 50 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O estudo foi feito com base nos sistemas públicos, que avaliou a cobertura vacinal para crianças com menos de dois anos de quatro imunizantes essenciais: BCG, pólio, DTP (que previne contra difteria, tétano e coqueluche) e a MMRV (contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
De acordo com a pesquisa, os quatro imunizantes tiveram aumento na cobertura entre 2021 e 2022, mas apenas a BCG alcançou a meta recomendada pelo Ministério da Saúde, com um aumento de 19,7 pontos percentuais, atingindo 99,5%. A meta anual do Ministério é vacinar 90% dos bebês menores de um ano.
Quanto à cobertura do esquema de três doses da vacina contra a poliomielite no primeiro ano de vida do bebê, houve um aumento de 9,7 pontos percentuais, mas ainda ficou quase dez pontos abaixo da meta de 95%, atingindo 85,3%. A dose de reforço da vacina contra a pólio, dada aos 15 meses da criança, porém, alcançou apenas 69,7% de cobertura, embora também tenha registrado um aumento de 6,25%.
No que diz respeito à vacina DTP para crianças menores de um ano, houve um aumento de 9,1 pontos percentuais, chegando a 85,3%, mas também não atingindo a meta de 95% de cobertura vacinal, assim como a dose de reforço, que alcançou 68,9%.
A vacina combinada MMRV (tetravalente) também registrou um aumento de 3,5 pontos percentuais, mas ainda com baixo desempenho, com 59,6% de cobertura no país. Vale lembrar que esta é a vacina contra o sarampo, doença que retornou ao país e fez com que o Brasil perdesse o certificado oficial de erradicação do sarampo em 2019.
Segundo o Ministério da Saúde, aumentar as taxas de cobertura vacinal no país é uma prioridade do governo. Atualmente, a pasta pretende destinar mais de R$ 151 milhões para ações de planejamento nos estados, visando adaptar as estratégias de vacinação aos diferentes locais, além de outras medidas como busca ativa de não vacinados e aumento da aplicação de imunizantes em áreas indígenas.
"A recuperação [da confiança da população] é um desafio que estamos superando", afirmou Nísia Trindade em entrevista à Agência Brasil. De acordo com a ministra da saúde, retomar as altas taxas de cobertura vacinal é uma missão de toda a sociedade e o governo está trabalhando para reassumir seu papel como autoridade sanitária e referência mundial em vacinação. "A vacinação é um dos grandes avanços da civilização."