A ida dos jogadores da seleção brasileira Vini Jr, Bremer, Gabriel Jesus e Eder Militão, junto com o ex-craque Ronaldo Fenômeno, ao luxuosíssimo restaurante Nusr-Et, em Doha, no Catar, para provarem os tais bifes folheados a ouro que custam mais de R$ 3,3 mil (cada filé), está gerando muita discussão nas redes sociais, já que a ultraostentação ocorre em plena Copa do Mundo e o preço pago pelas refeições, para muita gente, é absolutamente imoral, sobretudo para atletas de um país que atravessa um momento de pobreza e fome sem precedentes.
No entanto, junto com essa celeuma, uma outra pergunta passou a ser frequente nas redes sociais: comer ouro faz mal? Pois bem.
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A carne servida no Nusr-Et, de propriedade do famoso, controverso e excêntrico chef turco Salt Bea, é de fato envolta em ouro. Sim, ouro, o mineral raro e valioso. São folhas de ouro 24 quilates que “empanam” os cortes bovinos nobres assados na brasa. E não é só nas unidades dessa churrascaria de magnatas que o ingrediente é usado. Cada vez mais usa-se ouro 24 quilates em folhas na produção de docinhos, bolos confeitados e até em pequenos flocos em bebidas, como uísque e cachaça.
Ao ingerir o ouro, este mineral passa incólume por todo nosso trato digestivo e é excretado nas fezes. Ele é chamado de “material inerte”, ou seja, não é absorvido por nosso organismo de forma alguma. Sua ingestão não traz benefícios nem malefício para quem o comer, segundo a maior parte das pesquisas realizadas, embora haja quem discorde e quem alerte (veja ao fim da matéria).
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As agências reguladoras da União Europeia e dos EUA liberam o consumo de ouro por seres humanos, desde que o metal seja totalmente puro, evitando possíveis infecções ou intoxicações graves. Há um fato curioso em seu uso em pratos e bebidas: o ouro não acrescenta qualquer sabor à comida ou à bebida, tampouco afeta sua textura, sendo usado meramente para efeitos estéticos e por ostentação.
No entanto, nem todas as pesquisas mostram o mesmo caminho para quem gosta e costuma (e tem dinheiro) para comer o metal precioso, que já era ingerido no Egito Antigo. O cientista japonês Koichi Imai, pós-doutor do Departamento de Biomateriais da Osaka Dental University, desenvolveu uma pesquisa que revelou que pequenos pontos metálicos do ouro ingerido, que não saíra no bolo fecal, podem ficar por muito tempo nas paredes do intestino ou do reto de quem os consumiu, o que poderia fazer imaginar que aquele metal depositado nesses tecidos tem potencial para induzir uma carcinogênese (fenômeno celular que forma o câncer), da mesma forma que o amianto, quando inalado ou ingerido.