O ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), voltou a suspender nesta terça-feira (24) a denúncia sobre o esquema de corrupção das "rachadinhas", que funcionava no gabinete de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)
Noronha atendeu a um pedido feito pelo advogado de Fabrício Queiroz, Paulo Emílio Catta Preta, que foi estendido a outros 15 acusados, entre eles o filho de Jair Bolsonaro.
O inquérito sobre o esquema de corrupção do 01 do clã Bolsonaro cehgou a ser suspenso após a 5ª turma do STJ anulou a decisão que autorizou a quebra de sigilo de Flávio e outras mais de 100 pessoas envolvidas no caso.
Em junho deste ano, a relatora da denúncia no Órgão Especial do TJ-RJ, desembargadora Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo, deu sequência no andamento da denúncia e pediu que as defesas se manifestassem sobre as acusações, excluindo os dados das quebras de sigilo.
A defesa de Queiroz alegou a Noronha, no entanto, que a denúncia apresentada usa dados da quebra de sigilo.
"Amor à primeira vista"
A relação de João Otávio Noronha com o clã Bolsonaro revela um caso de amor recente. Em abril de 2020, durante a posse de André Mendonça no lugar de Sergio Moro no Ministério da Justiça, Bolsonaro confessou ao ministro que "a primeira vez que o vi foi um amor à primeira vista".
"Prezado Noronha, permita-me fazer assim, presidente do STJ. Eu confesso que a primeira vez que o vi foi um amor à primeira vista. Me simpatizei com Vossa Excelência. Temos conversado com não muita persistência, mas as poucas conversas que temos o senhor ajuda a me moldar um pouco mais para as questões do Judiciário. Muito obrigado a Vossa Excelência”, disse o presidente na ocasião.
De lá para cá, Noronha tem correspondido ao amor de Bolsonaro. Candidato a uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), Noronha decidiu, por exemplo, pela libertação de Fabrício Queiroz em junho de 2020.
Noronha também empregou em seu gabinete a juíza Claudia Silva de Andrade, namorada de Juscelino Sarkis, de quem Flávio comprou por R$ 6 milhões a mansão de 1.100 metros quadrados no lago sul de Brasília.