DEPOIS DA DISNEY...

Meritocracia: Eduardo Bolsonaro fala do "sacrifício" de morar nos EUA com R$ 2 mi dados pelo pai

Após passeio na Disney, Eduardo Bolsonaro contou sobre "as oportunidades que Deus me deu" e confessa que gastou mais de meio milhão de reais em viagens para bajular magnatas da ultradireita como Donald Trump. Veja vídeo.

Eduardo Bolsonaro passeia com a família na Disney em mais um dia de sacrifício nos EUA.Créditos: Instagram / Heloisa Bolsonaro
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Nos EUA, onde é financiado pelo pai, Jair Bolsonaro (PL), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) protagonizou mais uma cena patética ao descrever, em entrevista à juíza golpista Ludmila Lins Grilo, a "meritocracia" da sua trajetória e relatar o "sacrifício" de viver nos EUA, logo após aparecer ao lado da família em passeio na Disney.

Ao falar que o "bebê está para nascer", sobre as supostas sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e outras autoridades brasileiras articuladas por ele junto ao governo Donald Trump, o filho "03" disse que seu "trabalho" é fruto da trajetória e das "oportunidades que Deus lhe deu". Eduardo ainda confessou que já gastou "mais de meio milhão de reais" para bajular líderes da ultradireita neofascista no mundo.

"O fato de eu ter conseguido acionar determinados dispositivos, sim, fazem parte de uma trabalho internacional e eu tirei proveito das oportunidades que Deus vem colocando em minha vida. Fui filho do presidente, consegui ter uma votação histórica por causa do meu pai, me credenciei para ser presidente da Creden (Comissão de Relações Exteriores da Câmara) - e muita gente falou: 'não seja, seu pai é presidente, a esquerda vai ficar na primeira fila para tentar destruir você, etc'", listou.

Eduardo ainda confessou que já gastou "mais de meio milhão de reais" para bajular líderes da ultradireita neofascista no mundo.

"Encarei esse desafio, me dispus a viajar muito para o exterior. Muita gente acha que é glamour. Eu poderia dizer aqui que 98% das vezes foi por conta de financiamento próprio. É difícil você citar um número, mas eu não gastei menos de meio milhão de reais nessa trajetória toda de seis anos para cá entre passagens, hotel, estadia", emendou.

Em seguida, Eduardo passa a falar do salário de deputado, que é "excelente no Brasil, mas "um para seis" para as viagens internacionais.

"Porque meu salário é excelente no Brasil, mas quando você sai e vai para um CPEC da Hungria, um Vox na Espanha, visitar o André Ventura do Chega, ou aqui nos EUA: é uma para seis. Então, meu salário, que é um excelente salário no Brasil, nunca atrasado, a minha vida era sensacional financeira, mas você vem para cá e meu salário passou a ser 5 mil dólares por mês e, depois, pior porque acabou o salário", conta, lamentando por ter que deixar a Câmara após decidir morar nos EUA.

O filho "03" então passa a falar da doação de R$ 2 milhões do papai para que possa brincar de conspirar nos EUA.

"Agora entrou novo escândalo, do pai financiando o filho. Meu pai falou, nessa investigação recentemente aberta, que me mandou 2 milhões de reais e muitas pessoas ficaram escandalizadas: 'financiamento do ato antidemocrático, etc'. E a gente nunca viu nada disso acontecer com a esquerda, sendo que a esquerda sempre fez muito pior", disse, sem citar um exemplo do que seria "pior".

De forma risível, Eduardo ainda se vangloria de sua trajetória "meritocrática" dizendo que hoje garotos pedem para tirar fotos com ele, que já foi "humilhado" com apelidos como "bananinha".

"Olhar para trás, ver que dia 6 de novembro tem um jornal noticiando - depois da eleição de Trump que foi no dia 5 de novembro - juízes do STF fazem piadas de quem vai perder o passaporte primeiro [...], ah chamaram de bananinha, fujão e covarde", disse.

"Se você não foi humilhado, se não fez nenhum sacrifício, você não alcançou o sucesso. Ai você pode pegar qualquer pessoa que você entenda como exemplo de alguma coisa. Essa pessoa ou ela estudou muito, ou trabalhou muito, ou acordou cedo, passou algum sacrifício, alguma situação difícil, para depois ela ser expoente, esse líder que você vê hoje", disse ele, que só trabalhou na iniciativa privada fritando hamburguer na rede de fast-food Popeyes, quando fez intercâmbio nos EUA na juventude.

"Então, a trajetória que estou passando aqui, não reclamo dela. Eu entendo como uma missão. Isso me tira o estresse e me dá o conforto para eu ter a cabeça no lugar e raciocinar para tomar as decisões corretas, de não me assustar quando está passando pelo Vale da Morte. Porque o que o Alexandre de Moraes está pedindo para mim são 12 anos de cadeia [...]. Tudo isso ai está em risco, de não voltar nunca mais para o Brasil, meu pai ser preso. Eu posso não vê-lo nunca mais, mas é parte do sacrifício, tem que arriscar. porque o outro caminho é viver debaixo do que o Moraes disser", emendou Eduardo, que se gaba de ser exemplo de meritocracia.

 

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