NEOFASCISMO CONTRA LULA

Flávio Bolsonaro entra na guerra com Eduardo e Michelle para ser candidato do clã em 2026

Principal interlocutor do clã com a família Marinho, Flávio mandou o recado por meio do jornal O Globo e colocou ainda mais lenha na disputa contra a madrasta, Michelle, e o irmão, Eduardo Bolsonaro.

Flávio com o pai, Jair Bolsonaro, a madrasta, Michelle, e os irmãos em ato na Paulista.Créditos: Divulgação / Silas Malafaia
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Pivô do esquema de corrupção das rachadinhas, quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) resolveu entrar na guerra para ser o candidato do clã à Presidência em 2026, se acotovelando com a madrasta, Michelle Bolsonaro (PL), e com o irmão "03", Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou de seu mandato na Câmara e fugiu para os EUA.

Principal interlocutor da família com a família Marinho, Flávio mandou o recado por meio da coluna de Bela Megale, na edição desta terça-feira (3), no jornal O Globo.

A jornalista atribuiu a informação a "lideranças do Centrão", que estariam trabalhando para escantear Michelle, preferida de Silas Mafalaia e da ala evangélica, e Eduardo, que busca se colocar como herdeiro do vitimismo sobre a "perseguição" ao pai conspirando contra o Brasil nos EUA.

Os "mandachuvas" do Centrão devem incluir o nome de Flávio nas próximas pesquisas eleitorais e apostam as fichas no senado, filho mais velho de Bolsonaro, pelo trânsito político e pelo perfil menos radical.

Conta ainda a favor de Flávio as articulações com o empresariado e o sistema financeiro, que faria frente ao levante promovido por Tarcíosio Gomes de Freitas (Republicanos-SP) na Faria Lima.

Flávio pretende testar o nome nas pesquisas porque só toparia entrar na disputa com o amplo apoio do bolsonarismo - já que teria que desistir da reeleição quase certa ao Senado. 

Na avaliação de uma ala do Centrão, que tem ouvido as análises do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Republicanos), que voltou de vez ao xadrez político, Lula perderá de qualquer candidato da direita em 2026 e Flávio seria uma saída menos polarizada, até mesmo para aproximação de setores da mídia liberal, como a Globo.

O fato dele ter sido artífice do esquema da rachadinha não atrapalharia, segundo os que defendem a candidatura, que alegam que o caso ficou no passado e não seria reeditado pela mídia liberal, que tem interesse em derrotar Lula.

Redes Sociais

Nas redes sociais, Flávio tem deixado de lado a questão da Anistia e das sanções a Moraes para polarizar diretamente com Lula, especialmente na questão econômica, compartilhando várias publicações atacando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A estratégia passa por se mostrar adepto de um debate mais elevado, voltado para os negócios e o empresariado, como na publicação feita na manhã desta terça-feira, em que pede "Justiça pelos negócios", fazendo uma comparação entre os governos do pai e de Lula.

No Instagram, as últimas 18 publicações feitas por Flávio buscam a polarização com Lula e Haddad, deixando a briga da família com Moraes em segundo plano.

A entrada de Flávio na disputa deve causar ainda mais cizânia no núcleo do clã. Após a traição de Tarcísio Gomes de Freitas, que flerta com a Terceira Via e o movimento "direita sem Bolsonaro" de Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro ventilou uma candidatura do clã, citando Michelle e Eduardo em entrevista ao Uol.

Michelle tem como principal cabo eleitoral o pastor Silas Malafaia, que aponta a proximidade do eleitorado evangélico, em especial das mulheres, como uma das principais vantagens da ex-primeira-dama.

Para combater a madrasta, Eduardo Bolsonaro surgiu como nova versão do "Caçador de Marajás", anunciando suas pretensões políticas pelas páginas da revista Veja.

Eduardo é o candidato da ala mais radical do bolsonarismo, que vê na conspiração costurada por ele nos EUA e o enfrentamento a Alexandre de Moraes como principais vantagens na disputa.

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