TRAMA GOLPISTA

Braga Netto pede liberdade a Moraes logo após prestar depoimento na prisão

Durante o interrogatório, general chegou a levar uma invertida do ministro ao dizer que está preso

General Walter Braga Netto presta depoimento ao STF por videoconferência, diretamente da prisão.Créditos: Antonio Augusto/STF
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Único a prestar depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10) por videoconferência, diretamente da cadeia, o general Walter Braga Netto, logo após o interrogatório, pediu a revogação de sua prisão preventiva ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal em que é réu por tentativa de golpe de Estado. 

Preso desde dezembro de 2024 por obstrução de Justiça ao tentar obter informações da delação premiada de Mauro Cid, Braga Netto argumentou, por meio de sua defesa, que não há mais motivo para a manutenção da prisão que a fase de instrução processual chegou ao fim. 

Outro argumento utilizado pelos advogados de Braga Netto é o fato de que, após os depoimentos desta terça-feira, Moraes revogou a proibição de contato entre os réus, incluindo o próprio general, o que poderia demonstrar que não há risco de prejuízo às investigações. 

"Requer-se a revogação da prisão preventiva imposta ao Gen. Braga Netto, ainda que com a imposição de medidas cautelares alternativas", diz pedido protocolado pelos advogados junto ao STF. 

"Estou preso; "eu que decretei" 

O general Walter Braga Netto participou virtualmente de seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) da ação penal da trama golpista. E seu depoimento teve início com uma situação inusitada, quando começava a ser questionado pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, que presidia a sessão.

“O senhor já foi preso alguma vez?”, indagou Moraes.

“Presidente, eu tô preso!”, exclamou o general Braga Netto.

“Eu sei que o senhor está preso, eu que decretei”, respondeu Moraes.

Veja vídeo:

No interrogatório, Braga Netto ressaltou que, no que diz respeito à reunião ocorrida na sua casa, a versão do réu-colaborador e tenente-coronel Mauro Cid seria falsa. “O tenente-coronel Cid, para mim, faltou com a verdade”, afirmou.

O general e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro está preso preventivamente na Vila Militar, no Comando da 1ª Divisão de Exército do Rio de Janeiro, desde 14 de dezembro de 2024, por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

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