Na véspera do ato convocado às pressas em Brasília, Jair Bolsonaro (PL) concedeu entrevista a um site aliado na noite desta terça-feira (6) em que explicou o chilique com a oficial de Justiça enviada à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital DF Star para intimá-lo a apresentar a defesa no processo sobre o golpe, que está sendo julgado pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na ocasião, Bolsonaro deu um chilique com uma pessoa dentro da UTI que o alertou sobre a pressão arterial, que estaria subindo.
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"Eu estava ali e tinha uma pessoa que queria eu parasse de falar porque a pressão estava subindo. Eu falei um pouco mais áspero porque não podia deixar de falar naquele momento. Eu fiquei sabendo, da oficial de Justiça, que ela estava me procurando pelo hospital e ela bateu na porta. Mandaram uma mulher, talvez pensando que eu pudesse aloprar com a mulher: tá ganhando, brigou com a mulher", contou, sinalizando o passado machista e misógino, de arroubos contra mulheres.
"Botei duas pessoas para filmar e quando ela entrou começou a conversar. Conduzi a conversa para que ela dissesse quem mandou ela lá. Ela disse Supremo, mas Supremo é ser inanimado. Até que ela falou Alexandre de Moraes. E atingi meu objetivo", afirmou.
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Com o PL da Anistia esvaziado na Câmara - motivo para convocação dos atos -, Bolsonaro deve centrar a manifestação desta quarta-feira (7) em Brasília, nos ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e também na visita de Ricardo Pita, um funcionário de David Gamble, coordenador de sanções do governo Donald Trump, que está no Brasil.
Dos EUA, Eduardo Bolsonaro chegou a anunciar que Gamble viria ao Brasil para tratar das sanções a Moraes e encontraria o pai e o irmão, Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
No entanto, o que houve foi apenas o encontro com o subordinado, do qual Bolsonaro fez mistério.
"O que posso falar é que estive com ele. Quase duas horas de conversa. Eu e meu filho Flávio, mais duas pessoas. Uma conversa reservada e há o interesse americano na América do Sul e o Brasil é o país mais importante", afirmou, sem contar detalhes do encontro.
Bolsonaro, no entanto, deve usar a relação com o governo Trump para seguir incitando os extremistas aliados.
"O que sempre senti do governo Trump, quando éramos presidentes juntos, é que ele não queria que o Brasil trilhasse o caminho da Venezuela, que não é o que está acontecendo. E ele sabe hoje em dia do que está acontecendo no Brasil e no meu processo. E não é apenas do que eu falo, mas do que está acontecendo. Vocês sabem que os caras estão com 38 anos de cadeia para meter no meu longo", afirmou.