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Moraes autoriza prisão domiciliar para Collor, que usará tornozeleira eletrônica

Ex-presidente apresentou exames que comprovam Parkinson, insônia severa e transtorno bipolar. Medidas incluem suspensão de passaportes e visitas restritas

O ex-presidente Fernando Collor, condenado no STF.Créditos: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-presidente Fernando Collor de Mello, atualmente detido em Alagoas, cumpra pena em prisão domiciliar com monitoramento por tornozeleira eletrônica. A informação é do blog da jornalista Daniela Lima, do portal g1.

A decisão foi baseada em mais de 130 laudos médicos apresentados pela defesa, que atestam que Collor foi diagnosticado com Doença de Parkinson em 2019. Os exames também evidenciam o agravamento do quadro ao longo dos anos, incluindo transtornos psiquiátricos, como privação crônica de sono e transtorno bipolar.

“Sua condição clínica severa, a idade avançada, de 75 anos, e a necessidade de tratamento especializado justificam a medida humanitária”, destacou Moraes no despacho.

Sentença criminal permanece válida

Apesar da alteração no regime de cumprimento da pena, a condenação de Collor por corrupção e outros delitos segue inalterada. Em 2023, o STF impôs ao ex-presidente uma pena de 8 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado, além de 90 dias-multa, por envolvimento em esquemas de desvio de recursos da BR Distribuidora.

Ao longo do processo, a defesa buscou em diversas ocasiões anular ou adiar o cumprimento da pena. Um dos pedidos mais recentes foi o de prescrição do crime de corrupção passiva, o qual foi explicitamente rejeitado por Moraes:

“Afasto inicialmente o novo pedido da Defesa no tocante à ocorrência de prescrição (...), uma vez que essa tese já foi rejeitada pela maioria do Plenário”, registrou o ministro.

Condições da prisão domiciliar

A conversão do regime prisional incluiu regras rigorosas impostas pelo Supremo:

- Obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica;

- Restrições de visitação, limitadas exclusivamente aos advogados;

- Suspensão imediata dos passaportes, impedindo qualquer deslocamento internacional.

Collor permanece em uma cela especial em Alagoas, mas, com a nova decisão, deverá ser transferido para o regime domiciliar, sob custódia e vigilância eletrônica, conforme os trâmites da Justiça.

Fundamentação jurídica com foco em direitos humanos

Ao justificar a concessão da medida, Moraes frisou que a efetividade dos direitos fundamentais exige ações concretas, especialmente em situações que envolvem saúde, idade e dignidade humana:

“Não basta que os direitos estejam inscritos em textos legais; é preciso garantir sua aplicação concreta, prática e eficiente”, escreveu.

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