TRAMA GOLPISTA

Foragido, Léo Índio publica vídeo na praia durante ato de Bolsonaro na Paulista

Alexandre de Moraes determinou a prisão de Léo Índio, sobrinho de Jair Bolsonaro, por participação na tentativa de golpe de Estado; ele fugiu para a Argentina

Léo Índio com Jair e Carlos Bolsonaro.Créditos: Reprodução/Instagram
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Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, publicou um vídeo de uma praia em suas redes sociais neste domingo (6), durante a manifestação por anistia organizada pelo ex-presidente na avenida Paulista, em São Paulo. 

Pelo vídeo, não é possível precisar onde Léo Índio estava. Ele havia fugido para a Argentina após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. Na última quarta-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do bolsonarista, e desde então ele é considerado foragido. 

A publicação do sobrinho de Bolsonaro em que revela estar em uma praia foi registrada pelo jornalista Guga Noblat, do site ICL Notícias. Os vídeos já foram apagados. 

Confira: 

Na última sexta-feira (4), Léo Índio publicou em seu Instagram uma nota em que se defende da ordem de prisão emitida por Moraes. 

"Como cidadão brasileiro inocente, conforme demonstrado nos autos da minha defesa protocolada na Suprema Corte, reafirmo que continuo exercendo plenamente meu direito de ir e vir. Não estou na Argentina na condição de foragido, pois não há contra mim qualquer restrição judicial ou condenação. Confio que a Justiça brasileira cumprirá seu dever constitucional, respeitando o devido processo legal, o direito à ampla defesa, o contraditório e a presunção de inocência até a conclusão do processo no qual fui injustamente colocado como réu – resultado de uma clara perseguição política", diz a nota. 

"Por razões de segurança e para preservar minha integridade física, moral e intelectual, busquei asilo político. Reitero que jamais atentei contra o Estado Democrático de Direito, nunca promovi ou colaborei com qualquer tentativa de golpe de Estado ou depredação do patrimônio público. Não fui julgado, não fui condenado e sigo lutando para que a verdade prevaleça", prossegue.

Ordem de prisão 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na última quarta-feira (2) a prisão preventiva de Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), feito nesta terça-feira (1º). Léo Índio fugiu para a Argentina após se tornar réu no STF pelo envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e, agora, o Supremo vai pedir sua extradição ao país vizinho.

Embora não estivesse expressamente proibido de deixar o país, o sobrinho de Bolsonaro teve seus passaportes cancelados. No pedido de prisão preventiva, o procurador-geral da República Paulo Gonet afirmou que Léo Índio violou as medidas cautelares que deveria cumprir para poder responder ao processo em liberdade.

"Ao se evadir para a Argentina, Leonardo Rodrigues de Jesus deliberadamente descumpriu medida cautelar alternativa a` prisa~o, a evidenciar sua insuficiência, o descaso com a aplicação da lei penal e desrespeito às decisões emanadas pelo Supremo Tribunal Federal", apontou o procurador.

Envolvimento no 8 de janeiro

Em 28 de fevereiro, em votação unânime, a 1ª Turma do STF aceitou a denúncia da PGR, tornando o sobrinho de Bolsonaro réu. Ele é acusado de cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado da União.

"[Léo Índio] destruiu e concorreu para a destruição, inutilização e deterioração de patrimônio da União, ao avançar contra a sede do Congresso Nacional, fazendo-o com violência à pessoa e grave ameaça, emprego de substância inflamável e gerando prejuízo considerável para a União", pontua um trecho de denúncia.

Na peça, a PGR apontou ainda publicações em redes sociais postadas pelo próprio Léo Índio em meio aos acontecimentos do 8 de janeiro. Em uma das postagens, ele parece estar com outros apoiadores de Bolsonaro, na parte de cima do Congresso Nacional. O local foi invadido por centenas de pessoas na ocasião.

Ele também aparece, em uma outra publicação, próximo à sede do STF que, ao fundo, era invadido e depredado. Conforme a PGR, ele frequentava o acampamento golpista em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília.

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