Dados divulgados pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital do Cebrap e da ONG More in Common, que é coordenada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), apontam que a manifestação bolsonarista realizada neste domingo, em São Paulo, reuniu 44,9 mil pessoas. A margem de erro é de 5,4 mil pessoas, para mais ou para menos.
Segundo os coordenadores do Monitor da USP, a contagem foi feita a partir de fotos aéreas com software de inteligência artificial às 15h44, momento apontado como o de pico da manifestação.
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A Polícia Militar declarou que não vai divulgar estimativa de público presente.
O público presente na manifestação deste domingo, na Av. Paulista, que teve a anistia aos golpistas como pauta principal, não foi desprezível, mas ficou muito longe do 1 milhão almejado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Dessa maneira, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sai fortalecido e não deve colocar o PL da anistia em pauta, devendo atuar para que os trabalhos da Casa voltem à sua normalidade. O PL tem afirmado que vai atuar para travar as discussões da Câmara enquanto o perdão aos golpistas não for à votação.
Batom vira símbolo do ato bolsonarista pela anistia na Paulista
A manifestação bolsonarista realizada na manhã deste domingo (5), na avenida Paulista, em São Paulo, ganhou um novo símbolo da extrema direita: o batom. O objeto virou destaque entre camisetas, cartazes e infláveis exibidos na concentração ato que pede anistia aos envolvidos no levante golpista de 8 de janeiro de 2023 e que visa livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro da prisão.
O cosmético faz referência à cabelereira Débora Rodrigues dos Santos, apelidada de "Débora do Batom", que pichou a frase "perdeu, mané" na estátua “A Justiça”, localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante os ataques aos Três Poderes.
Débora do Batom e a estratégia de vitimização de Bolsonaro
Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado, participa do ato acompanhado de aliados como o governador Tarcísio de Freitas e o pastor Silas Malafaia. O ex-presidente tenta usar o caso de Débora como ferramenta simbólica para se vitimizar e justificar o discurso em defesa da anistia – o que o livraria de uma possível prisão.
Débora foi presa em 17 de março de 2023 e estava detida na Penitenciária Feminina de Rio Claro, interior paulista. Ao contrário do que alegam bolsonaristas, sua prisão não se deu apenas pela pichação, mas também por sua participação em acampamentos golpistas em frente ao QG do Exército, na invasão ao STF e ao Congresso, e pela tentativa de obstrução de justiça ao apagar provas digitais.
No dia 28 de março, o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República e concedeu a ela o benefício da prisão domiciliar.
Durante a concentração do ato na avenida Paulista, manifestantes carregavam cartazes e vestiam camisetas com frases como “A revolta dos batons” e “Cuidado, essa arma condena a 14 anos”. Segundo o repórter da Fórum, Luiz Carlos Azenha, até mesmo um “hino” sobre o batom foi reproduzido em alto-falantes, arrancando aplausos da claque bolsonarista.
Assista ao vídeo:
"Patriotas" que bajulam os EUA
Outro destaque curioso do ato foi a presença de bandeiras dos Estados Unidos, além de faixas em apoio a Donald Trump, mesmo após o presidente estadunidense anunciar tarifas contra produtos brasileiros. O culto aos EUA expõe a contradição de um setor que se diz “patriota”, mas que exalta símbolos de uma potência estrangeira.
Veja imagens do ato
Fotos: Luiz Carlos Azenha/Revista Fórum