O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (23) após ser alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes em descontos indevidos aplicados sobre benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas.
A ação, considerada uma das mais delicadas em andamento, apura o envolvimento de entidades que descontavam mensalidades associativas sem autorização dos beneficiários. Segundo a Polícia Federal, essas cobranças eram feitas diretamente nos pagamentos mensais de segurados do INSS.
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Além do afastamento de Stefanutto, mandados de busca foram cumpridos para coleta de provas. A operação é realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), e os principais detalhes foram levados pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta quarta, durante reunião no Palácio da Alvorada.
Também participam das discussões sobre o caso o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o ministro da CGU, Vinícius Carvalho. Uma nova reunião está sendo realizada no Ministério da Justiça para definir os próximos passos da apuração.
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Até o momento, o governo federal ainda não anunciou quem assumirá interinamente a presidência do INSS. A investigação continua em andamento e pode atingir outras áreas do sistema previdenciário.
Operação da PF e CGU
A PF e a CGU deflagraram na manhã desta quarta-feira (23) uma ampla operação contra um esquema de fraudes bilionárias envolvendo benefícios previdenciários do INSS. A ação ocorre simultaneamente em 13 estados e no Distrito Federal.
Ao todo, estão sendo cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária e ordens de sequestro de bens que somam mais de R$ 1 bilhão. A operação é uma das maiores já realizadas no âmbito da Previdência Social.
De acordo com a PF, o esquema teria desviado cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, por meio de descontos indevidos de mensalidades associativas cobradas sem autorização de aposentados e pensionistas. As entidades investigadas se apresentavam como representantes dos beneficiários, mas, segundo os investigadores, utilizavam essa posição para aplicar os descontos diretamente nos benefícios pagos pelo INSS.
Apesar da magnitude da operação, a PF ainda não detalhou completamente como funcionava o esquema, mas indicou que as cobranças irregulares estavam concentradas principalmente em aposentadorias e pensões.
As investigações continuam em andamento, e a expectativa é que os desdobramentos revelem novos envolvidos e possíveis falhas nos mecanismos de controle dos benefícios previdenciários.
Com informações do Blog da Camila Bonfim e do G1