Deslumbrado com o governo Trump e a articulação que tem mantido com a extrema direita dos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou até mesmo a agradecer por ter sido humilhado.
O extremista, nos últimos dias, tem feito uma série de publicações bizarras nas redes sociais por conta de uma ação protocolada na Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo deputado federal Rogério Correia (PT-MG) que pede a apreensão de seu passaporte.
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Praticamente morando nos EUA desde janeiro, Eduardo Bolsonaro, segundo a ação, estaria conspirando com parlamentares de extrema direita dos EUA retaliações ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e até mesmo sanções ao Brasil. Essa seria uma forma de pressionar o Judiciário brasileiro contra iminente condenação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que deve ser preso por liderar a tentativa de golpe de Estado no Brasil.
Em uma dessas publicações em reação ao pedido de apreensão de seu passaporte, Eduardo Bolsonaro associou os "relacionamentos sólidos" que tem com o extremismo de direita estadunidense às humilhações que já sofreu por, historicamente, ser um bajulador dos EUA.
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"Obrigado Senhor, por ter permitido que meus adversários sempre me humilhassem em minhas viagens. Essa foi a oportunidade que precisei para construir relacionamentos sólidos De piada passei a dor de cabeça central deles", escreveu o deputado em seu perfil no X, na madrugada desta quinta-feira (6).
Fritador de hambúrguer
Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro cogitou indicar seu filho Eduardo para ser o embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Questionado sobre as críticas feitas à sua possível indicação ao posto, o deputado disse que estava preparado para o cargo pois teria "vivência pelo mundo" e já havia "fritado hambúrguer" durante um intercâmbio nos EUA.
"Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos EUA, no frio do Maine, Estado que faz divisa com o Canadá. No frio do Colorado, numa montanha lá, aprimorei meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros", afirmou à época.
Nesta sexta-feira, Eduardo Bolsonaro, ainda em seu deslumbramento com as reuniões que tem mantido com a extrema direita dos EUA, relembrou a alcunha de "fritador de hambúrguer", publicou uma imagem bizarra gerada por inteligência artificial e falou em escrever um livro sobre o caso.
"De fritador de hambúrguer a 'temos que apreender o passaporte dele'. Ainda vou escrever um livro sobre isso. Mas os melhores capítulos ainda estão por vir...", publicou em sua rede social.
Conspiração contra o Brasil
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está praticamente morando nos Estados Unidos e já cogita não retornar ao Brasil. Desde que Donald Trump reassumiu a presidência em janeiro, o deputado federal viajou três vezes ao país norte-americano, onde tem permanecido para articular ataques ao governo brasileiro e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O filho de Jair Bolsonaro tem se aliado a parlamentares da extrema direita estadunidense para pressionar o governo dos EUA a adotar retaliações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a trama golpista, e até mesmo sanções contra o Brasil.
O objetivo é claro: constranger Moraes e o governo Lula com o respaldo dos EUA, tentando influenciar o curso da investigação sobre a tentativa de golpe. A intenção final é livrar Jair Bolsonaro da prisão e reabilitá-lo politicamente para um eventual retorno ao Palácio do Planalto. Além disso, Eduardo Bolsonaro aposta na imposição de sanções norte-americanas contra o Brasil como forma de enfraquecer a gestão de Lula e pavimentar o caminho para que seu pai volte ao poder.
Diante dessas articulações, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo que Eduardo seja investigado e tenha o passaporte apreendido. O petista argumenta que as ações do parlamentar configuram crime de lesa-pátria e tentativa de interferência no curso das investigações conduzidas pelo Judiciário brasileiro.
Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, encaminhou para a PGR um pedido de análise e parecer sobre a possibilidade de apreender e reter o passaporte de Eduardo Bolsonaro.