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VÍDEO: A mentira absurda e surreal que Eduardo Bolsonaro espalha nas redes

Filho do ex-presidente gravou vídeo que beira os limites do ridículo inventando uma história bizarra sobre um “projeto do governo Lula” para controlar a população

Créditos: Reprodução de Vídeo
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Em meio ao pandemônio que vem produzindo no universo político nacional com suas investidas insistentes contra o Supremo Tribunal Federal, e em especial tendo o ministro Alexandre de Moraes como alvo, o deputado extremista Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que este ano passou mais tempo nos EUA tramando ataques contra o próprio país do que em território brasileiro, ainda encontra tempo para espalhar fake news sobre outros temas.

Para ser mais claro, um vídeo do parlamentar dando entrevista recentemente para um veículo de extrema direita chamou a atenção nas redes sociais pelo nível surreal e absurdo de uma mentira criada por ele. A história bizarra envolve o Drex, um projeto do Banco Central para introdução de um “real digital” no Brasil, que funcionaria apenas como mais uma moeda virtual, algo que já existe em vários países.

O tal Drex, como confirma o BC, é apenas um projeto piloto de implantação de uma moeda digital, que não está em vigor e vem sendo testado apenas de forma simulada. Se um dia entrar em vigor, seria apenas mais uma forma de pagamento, sem qualquer relação com substituição do dinheiro físico e, obviamente, sem qualquer controle de quem o utiliza ou não.

Mas na bobajada criminosa de Eduardo Bolsonaro, compartilhada por seu irmão Carlos, o Drex “substituirá o dinheiro físico”, e é “um plano elaborado em conjunto por Brasil e China”. Na maluquice mentirosa e sem sentido, “o governo Lula controlará quem recebe esse dinheiro virtual ao monitorar as redes sociais das pessoas”, e com isso “impedindo o dono do dinheiro digital de usá-lo como quiser” e “retirando crédito das pessoas que fazem críticas ao governo no ambiente virtual”. Ou seja, uma conversa de maluco e desajustado que tem a clara intenção de espalhar pânico entre as matilhas radicalizadas do eleitorado da extrema direita.

“O governo Lula, há muito tempo, já diz que quer implementar o Drex... E Drex é a sigla pra moeda virtual, né... Você vai ter no seu celular um cartão de crédito, não vai ser mais Pix, vai ser o Drex... E você só vai poder gastar nesse dinheiro onde o governo permitir que você gaste... Porque ele vai poder fazer o georreferenciamento do seu celular, ele vai poder colocar outras ações ali, como por exemplo, ‘só pode gastar x com determinado produto, pode gastar y com outro produto’, e isso é o que já ocorre hoje na China... a China ela tem o chamado ‘score social’, ou seja, o ranqueamento social, a depender do que você fale nas redes sociais, você pode aumentar ou diminuir sua nota social, e com uma nota baixa você pode deixar de frequentar determinados lugares, você pode não ter acesso a determinados cargos públicos... Então a China, ela fez esse sistema e um dos 37 acordos que o Lula fechou com a China é justamente de intercâmbio nessa área, desse sistema de moeda digital... A deputada federal Júlia Zanatta, de Santa Catarina, fala muito bem sobre essa matéria, inclusive com um projeto de lei para contrapor o Drex... E eu não tô vendo muita gente falando disso, mas é um assunto importantíssimo”, diz Eduardo Bolsonaro, sem nem mesmo ficar corado com tamanho absurdo sem lastro na realidade.

O Banco Central já se manifestou inúmeras vezes para falar do Drex e apenas repete o óbvio: que o projeto piloto é de criação de uma moeda digital, que funcionaria como qualquer outra, sem relação alguma com “controle” ou questões ideológicas.

Confira a nota do BC:

O Drex atualmente é um piloto, e ainda não há uma data específica para o seu lançamento. No estágio atual, as instituições participantes testam casos de negócios que têm o potencial de se beneficiar do Drex. Os testes são realizados em ambiente simulado, sem envolver movimentações reais. Não há planos de descontinuidade ou substituição do dinheiro físico. A agenda de inovação do BC visa o aumento da segurança, da eficiência e da inclusão no SFN [Sistema Financeiro Nacional]. As diretrizes do Drex não objetivam controle, restrição de uso ou discriminação, tampouco há previsão de data de expiração para a utilização de recursos no Drex. A ênfase do Drex é no desenvolvimento de modelos inovadores com a incorporação de tecnologias. Garantem-se ainda os princípios e regras de privacidade e segurança previstos na lei brasileira, em especial na lei do sigilo bancário e na LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais]. Não há desenvolvimento no Drex de selo de verificação de fake news para exclusão de pessoas.

Veja o vídeo com a mentira descarada dita por Eduardo Bolsonaro:

 

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