Após a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) levar o pai, Jair Bolsonaro (PL), e 7 integrantes do núcleo crucial da organização criminosa golpista ao banco dos réus, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pregou uma nova versão de sua declaração em meio à campanha eleitoral de 2018, quando afirmou que bastaria "um soldado e um cabo" para fechar a corte.
“Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo”, afirmou o deputado licenciado, que fugiu para os EUA, em palestra a estudantes antes do primeiro turno das eleições presidenciais.
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Nesta quarta-feira (26), com o pai no banco dos réus, Eduardo Bolsonaro comentou uma publicação em que o influenciador bolsonarista Marco Antônio Costa afirma que "Nayib Bukele, mais do que qualquer outro líder, sabe como enfrentar juízes ditadores" compartilhando uma publicação de Elon Musk sobre uma ação do próprio presidente de El Salvador.
"A única maneira de restaurar o governo do povo na América é impeachment de juízes. Ninguém está acima da lei, incluindo juízes. Foi o que foi preciso para consertar El Salvador. O mesmo se aplica à América", escreve Musk sobre o tuite em que Bukele diz que "se você não acusar os juízes corruptos, você não pode consertar o país", alegando que eles formarão "um cartel (uma ditadura judicial), exatamente como o clã classifica a cúpula do judiciário brasileiro.
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"Verdade, Bukele foi corajoso e enfrentou o sistema. Mas não bastou só isso. Ele próprio diz que no início do mandato (2019-2021) foi muito bloqueado e este foi seu principal desafio. Ele superou isto só após a eleição legislativa de 2021, quando elegeu larga maioria no Congresso, daí fez impeachment dos ministros do STF + PGR", escreveu Eduardo Bolsonaro.
Levante
Enquanto articula sanções e propaga a narrativa da Ditadura do judiciário, se vitimizando como "exilado" nos EUA, o filho "03" de Jair Bolsonaro articula um levante contra Alexandre de Moraes e o STF no Congresso Brasileiro.
Ao abrir mão do mandato, Eduardo articulou para colocar na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara o deputado Filipe Barros (PL-PR).
Na primeira sessão no comando do colegiado, Barros colocou em pauta e aprovou, com a bancada bolsonarista, a convocação de Michael "Mike" Benz, que ocupou um cargo de baixo escalão no Departamento de Estado americano na primeira gestão de Trump (2017-2021) e ganhou notoriedade entre bolsonaristas após declarar – sem provas – que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid) agiu deliberadamente para forçar a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.
A manobra já havia sido anunciado por Eduardo dois dias antes na live em que participou com o pai.
"Parabéns. Este também seria o 1º requerimento a ser apreciado se eu presidisse a CREDN", celebrou nas redes, dos EUA.
Nas redes, Mike Benz, que já foi contatado pela tropa de choque de Eduardo Bolsonaro nos EUA, respondeu que está "honrado" com o convite. "Obrigado. Vou entrar em contato e tentar encontrar uma maneira de fazer isso acontecer".
Além disso, Bolsonaro e aliados têm promovido um novo levante com pelo menos mais seis pedidos de impeachment de Moraes no Senado protocolados somente neste ano.
Um deles é do deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), um dos mais radicais da bancada bolsonarista. Os outros seis são de bolsonaristas que estão incitados a entrar com a ação: Fiorelo Ruviaro, Elena Yatiyo Tanaka, Aurino Barbosa da Silva, Jovi Vieira Barboza e Sérgio Augusto Pereira de Borjae.