Já é sabido que Jair Bolsonaro (PL) passou as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (26) bem assustado e com medo após a fake news de que ele sairia do STF com uma tornozeleira eletrônica ou até mesmo preso, o que o fez em cima da hora fugir para o gabinete do filho Flávio (PL-RJ), no Senado Federal, onde achou que estaria protegido pela inviolabilidade do Congresso. Só que a manhã de dessabores do ex-presidente de extrema direita não terminava por aí.
Bolsonaro chorou antes do início do julgamento da ação de admissibilidade da denúncia da PGR contra ele e seus comparsas e as lágrimas de crocodilo estão até num vídeo publicado nas redes de sua claque. Ao fim, após um placar unânime de 5 a 0 pela abertura da ação penal, ele esperneou e atacou a todos. Mas não foi nenhum desses momentos que o deixou mais furioso e descontrolado.
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O ápice de explosão de ódio do antigo ocupante do Palácio do Planalto se deu durante a leitura do voto do ministro relator, Alexandre de Moraes. Xandão, como é chamado por admiradores e detratores, fez algo totalmente inesperado para os integrantes da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, e até para atores do universo político de Brasília, que serviu de estopim para fúria do agora réu.
Trata-se da apresentação de um extenso vídeo com as cenas mais violentas e impactantes do fatídico 8 de janeiro de 2023, nas quais os seguidores de Bolsonaro agiam com atroz brutalidade espancando policiais, incendiando carros, atacando tropas posicionadas na Praça dos Três Poderes, destruindo tudo que encontrava pela frente no Congresso, no STF e no Palácio do Planalto e até mesmo trucidando obras de arte de valor inestimável, tudo por meio de táticas militares e profissionais. A projeção com o filme foi amplamente considerara, até mesmo por aliados do ex-presidente, como o ponto final na narrativa tosca e emotiva do bolsonarismo de que aqueles bandidos golpistas violentos eram “velhinhas com bíblias” e “mães que picham com batom”.
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Moraes começou dizendo que com o passar do tempo e o surgimento de narrativas em defesa das pessoas envolvidas no golpe, a realidade não pode ser esquecida. As imagens selecionas foram consideradas até por muitos figurões do bolsonarismo no Congresso como “avassaladoras”, e que certamente trarão graves prejuízos à defesa de Bolsonaro, que já tinha antes uma tarefa quase impossível, a de provar sua inocência diante de tantas provas e fatos. Para um dos parlamentares do grupo extremista, a projeção com as cenas implicaria “sério abalo para a defesa” do líder ultrarreacionário.
“Uma verdadeira guerra campal. Nenhuma Bíblia é vista e nenhum batom é visto nesse momento. Agora, a depredação ao patrimônio público, o ataque à polícia, é visto”, ainda ironizou Moraes, para desespero e fúria do ex-presidente que assistia à exposição do vídeo feita no STF de dentro do gabinete de seu filho no Senado.