Na defesa de Anderson Torres, seu advogado, Eumar Roberto Novacki, classificou como "absurda e apócrifa" a minuta de golpe encontrada na residência do ex-secretário de Segurança Pública do DF durante uma operação da Polícia Federal em 10 de janeiro de 2023.
Segundo Novacki, o documento, localizado em um armário, não possui valor jurídico e estava disponível na internet, sendo até distribuído a diversas autoridades, como o ministro Zanin.
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Quanto à omissão de Torres nos ataques de 8 de janeiro de 2023, a defesa argumentou que ele estava em viagem aos Estados Unidos, com férias previamente agendadas desde novembro de 2022, e que tomou medidas preventivas, como o envio de um plano de ações integradas, que não foi cumprido.
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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá nesta terça-feira se Torres e outros sete denunciados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, se tornarão réus. A defesa de Torres classificou a denúncia como "uma verdadeira obra de ficção" e pediu que o caso fosse transferido para a Justiça do Distrito Federal.
Torres, acusado de envolvimento na tentativa de golpe de Estado, foi preso em 14 de janeiro de 2023, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Ele foi libertado quatro meses depois e, desde então, é monitorado por tornozeleira eletrônica. Considerado um dos principais aliados de Bolsonaro, Torres é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como parte do núcleo "crucial" do golpe. De acordo com a delação de Mauro Cid, Bolsonaro teria conhecimento da minuta encontrada na casa de Torres.
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Denúncia da PGR
A denúncia da PGR contra Anderson Torres alega que ele falhou em prevenir as invasões aos prédios dos Três Poderes durante os atos de 8 de janeiro, adotando uma postura de conivência com as ações violentas.
"A postura adotada, além de fragilizar a percepção pública sobre o comprometimento das autoridades, transmitiu a mensagem de que as forças de segurança estavam alinhadas aos interesses dos violentos", diz um dos trechos do documento.
Além disso, o procurador-geral Paulo Gonet destaca que a "minuta do golpe" encontrada na residência de Torres evidencia a participação dele no plano golpista, confirmando a natureza dolosa de sua omissão.