Interventor federal da Segurança Pública no Distrito Federal logo após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o atual presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, acredita que um outro motivo obscuro esteja por trás da fuga de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aos Estados Unidos.
Nesta terça-feira (18), Eduardo confirmou que fugiu de seu país e ficará nos EUA para articular junto a parlamentares estadunidenses e ao governo de Donald Trump retaliações ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e até mesmo sanções ao Brasil. Ele pediu licença de seu mandato de deputado federal para permanecer no país da América do Norte. Sua ideia é solicitar asilo político para que siga conspirando contra o judiciário brasileiro como forma de interferir no curso das investigações sobre tentativa de golpe de Estado que pesam contra o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Para Ricardo Cappelli, entretanto, o movimento de Eduardo Bolsonaro envolveria outros interesses: articular uma "ofensiva das BigTechs contra o Brasil em 2026", ano eleitoral.
"O bananinha foi para os EUA? O óbvio todos sabemos, é frouxo. A questão importante é que ele foi para organizar a ofensiva das BigTechs contra o Brasil em 2026. Delírio? Converse com gente séria que monitora o tráfego nas redes. Pergunte o que aconteceu em 2018 e 2022", escreveu o presidente da ABDI em suas redes sociais na noite desta terça.
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Entenda
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmou, em vídeo divulgado nesta terça-feira (18), que fugiu do Brasil e não volta mais. Desde janeiro, quando Donald Trump tomou posse para seu novo mandato como presidente dos Estados Unidos, o filho de Jair Bolsonaro viajou três vezes ao país e permanece lá para articular sanções contra o Brasil.
Eduardo também anunciou que se licenciará do mandato de deputado para permanecer nos EUA e seguir conspirando contra seu próprio país. O extremista, até então, era alvo de uma ação na Procuradoria-Geral da República (PGR) que solicitava a apreensão de seu passaporte por conspiração contra o governo e o Judiciário brasileiro. O pedido para apreender o passaporte do parlamentar foi negado pela PGR no mesmo dia em que ele confirmou sua fuga aos EUA.
O filho de Jair Bolsonaro tem se aliado a parlamentares da extrema direita estadunidense para pressionar o governo dos EUA a impor retaliações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a tentativa de golpe, e até mesmo sanções contra o Brasil.
O objetivo é claro: constranger Moraes e o governo Lula com o respaldo dos EUA, tentando influenciar o curso da investigação sobre a tentativa de golpe. A intenção final é livrar Jair Bolsonaro da prisão e reabilitá-lo politicamente para um eventual retorno ao Palácio do Planalto. Além disso, Eduardo Bolsonaro aposta na imposição de sanções norte-americanas contra o Brasil como forma de enfraquecer a gestão de Lula e pavimentar o caminho para que seu pai volte ao poder.
"Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar minha nação, eu abdico temporariamente dele. Para seguir bem representando esses irmãos de pátria que me incumbiram desta nobre missão. Irei me licenciar, sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos", declarou Eduardo Bolsonaro.
O extremista ainda fez ameaças explícitas ao ministro Alexandre de Moraes:
"Aqui poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e sua gestapo da Polícia Federal merecem. Vocês, homens de geleia, pequenos e vaidosos, não estão acostumados a lidar com homens de convicção".