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Por que Michelle abandonou Bolsonaro e não foi ao ato em Copacabana

Ausência da ex-primeira-dama soma-se ao "flop" da manifestação, que reuniu um número bem menor de pessoas do que o esperado

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.Créditos: Reprodução/Instagram @luhanapawlick
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Além de ter "flopado", o ato convocado por Jair Bolsonaro, realizado neste domingo (16) em Copacabana, no Rio de Janeiro, foi marcado pela ausência de lideranças do bolsonarismo, entre elas a do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, e a da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro

Michelle havia avisado a aliados, na última sexta-feira (14), que não compareceria. Oficialmente, a assessoria de imprensa da ex-primeira-dama informou que ela não foi ao ato pois pois teria passado por uma cirurgia e, por recomendações médicas, ficaria de repouso. Não foram divulgados detalhes, entretanto, de qual teria sido este procedimento cirúrgico. 

Interlocutores afirmaram que a "cirurgia" de Michelle, na verdade, foi um procedimento estético realizado pouco antes do feriado de carnaval. 

Flopou 

O maior medo de Jair Bolsonaro, antes de uma provável condenação à prisão, se tornou realidade neste domingo (16) em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Antes do ato pela "anistia", Bolsonaro confessou a aliados próximos que seu maior receio era não conseguir uma foto que mostrasse apoio popular à narrativa de que é perseguido pela "ditadura do judiciário".

Pelos cálculos do ex-presidente, segundo esses aliados, seria necessário aglomerar 400 mil apoiadores na orla de Copacabana para se obter a imagem, que seria propagada ao mundo para provar a narrativa do clã.

No entanto, ao subir no trio elétrico ao lado de Malafaia, Bolsonaro viu que seus planos foram por água abaixo.

O público flopado no ato foi confirmado pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que estimaram em 18,3 mil pessoas os presentes no ápice da manifestação, o menor público já registrado em eventos da ultradireita bolsonarista.

O ato interditou o trecho da Avenida Atlântica entre as ruas Barão de Ipanema e Xavier da Silveira. No entanto, imagens aéreas mostram que a concentração se deu em torno do caminhão, não se estendendo a uma quadra do local onde o veículo foi parado.

Em termos comparativos, na manifestação de 7 de Setembro de 2022, realizada também em Copacabana, o monitor estimou um público de 64,6 mil.

Para estimar o público, os pesquisadores tiraram 66 fotos aéreas de Copacabana em quatro horários: 10h, 10h40, 11h30 e 12h. Dessas, 6 fotos foram tiradas às 12h, momento de pico da manifestação.

Para o cálculo, os pesquisadores utilizaram a metodologia Point to Point Network (P2PNet), que identifica cabeças e estima a quantidade de pessoas em uma imagem.

O método tem precisão de 72,9% e acurácia de 69,5% na identificação de cada indivíduo. Na contagem de público, o erro percentual absoluto médio é de 12% para mais ou para menos para imagens aéreas com mais de 500 pessoas.

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