EDUCAÇÃO

Governo Zema paga menos de um salário mínimo em escolas do estado, denuncia Sind-Ute

Na luta por salários dignos, profissionais da Educação de Minas Gerais denunciam achatamento salarial provocado por Romeu Zema desde 2019

Julgamento da Lei do Piso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.Créditos: Sind-Ute
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Enquanto aumentou seu salário em quase 300% em 2025, o governador Romeu Zema (Novo) paga menos que um salário mínimo aos Auxiliares de Serviço na Educação Básica (ASB) de Minas Gerais, como as merendeiras, faxineiras e outras profissionais que fazem a manutenção das escolas estaduais

Em jornada de lutas por salários dignos, profissionais da Educação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute) organizam a Campanha Salarial 2025 para pressionar o governo Zema a respeitar o Piso Salarial Nacional. Hoje, as ASB recebem R$ 1.466,59, ou seja, menos que um salário mínimo, que hoje é R$ 1.518. De acordo com o sindicato, se o governo Zema tivesse mantido a política de reajuste conforme o Piso Salarial Nacional, os profissionais deveriam receber R$ 1.827,80

Os trabalhadores denunciam que desde que assumiu o governo de Minas Gerais, Zema provoca um achatamento salarial que este ano chega a R$ 2.092,95 se comparado a diferença entre os valores do Piso Salarial Nacional e os salários efetivamente praticados pelo governo. Enquanto o Piso Salarial Nacional cresceu R$ 2.310,03 desde 2019, representando um aumento de 90,32%, o reajuste de Zema cresceu somente 39,96% desse valor, ou seja, apenas R$ 792,28.

“O Governo Zema, nos últimos sete anos, achatou o salário e com o argumento da proporcionalidade, isto é, o pagamento de apenas parte do Piso referente às 24 horas semanais e não o valor integral das 40 horas, transformou o Piso em teto", afirma Marcelle Amador, diretora de Comunicação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).

"Ao ignorar o Piso Nacional, o governo não apenas congelou os salários, mas reduziu o poder de compra da categoria, transformando o trabalho docente em uma atividade cada vez mais precarizada. A desvalorização profissional e o achatamento salarial em Minas Gerais chegam ao limite do absurdo. Por isso, defendemos o Piso de R$ 4.867,77 como o mínimo a ser pago ao Magistério", acrescenta. 

Um levantamento feito pelo Sind-UTE/MG mostra que o achatamento salarial veio corroendo o poder aquisitivo e a qualidade de vida dos trabalhadores em Educação de Minas.

Piso Nacional x Valor Praticado em Minas Gerais. Foto: Sind-Ute
Foto: Sind-Ute

A jornada de lutas das trabalhadoras da Educação de Minas Gerais envolve aulas públicas em todo o estado, caravanas da Educação com atividades de mobilização nas escola, além de paralisações e Assembleia Estadual. Confira o cronograma:

  • 10 a 14/03 – Aulas públicas em todo o estado com Banca da Educação, contra a privatização das escolas de MG.
  • 17 a 21/03 – Caravanas da Educação com atividades de mobilização nas escolas, plenárias e reuniões.
  • 21/03 – Paralisação de ASBs (Auxiliares de Serviço na Educação Básica), com manifestação em BH
  • 27/03 – Assembleia Estadual.

Confira vídeo da Campanha Salarial 2025 das trabalhadoras da Educação de MG

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