Enquanto aumentou seu salário em quase 300% em 2025, o governador Romeu Zema (Novo) paga menos que um salário mínimo aos Auxiliares de Serviço na Educação Básica (ASB) de Minas Gerais, como as merendeiras, faxineiras e outras profissionais que fazem a manutenção das escolas estaduais.
Em jornada de lutas por salários dignos, profissionais da Educação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute) organizam a Campanha Salarial 2025 para pressionar o governo Zema a respeitar o Piso Salarial Nacional. Hoje, as ASB recebem R$ 1.466,59, ou seja, menos que um salário mínimo, que hoje é R$ 1.518. De acordo com o sindicato, se o governo Zema tivesse mantido a política de reajuste conforme o Piso Salarial Nacional, os profissionais deveriam receber R$ 1.827,80.
Te podría interesar
Os trabalhadores denunciam que desde que assumiu o governo de Minas Gerais, Zema provoca um achatamento salarial que este ano chega a R$ 2.092,95 se comparado a diferença entre os valores do Piso Salarial Nacional e os salários efetivamente praticados pelo governo. Enquanto o Piso Salarial Nacional cresceu R$ 2.310,03 desde 2019, representando um aumento de 90,32%, o reajuste de Zema cresceu somente 39,96% desse valor, ou seja, apenas R$ 792,28.
“O Governo Zema, nos últimos sete anos, achatou o salário e com o argumento da proporcionalidade, isto é, o pagamento de apenas parte do Piso referente às 24 horas semanais e não o valor integral das 40 horas, transformou o Piso em teto", afirma Marcelle Amador, diretora de Comunicação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).
"Ao ignorar o Piso Nacional, o governo não apenas congelou os salários, mas reduziu o poder de compra da categoria, transformando o trabalho docente em uma atividade cada vez mais precarizada. A desvalorização profissional e o achatamento salarial em Minas Gerais chegam ao limite do absurdo. Por isso, defendemos o Piso de R$ 4.867,77 como o mínimo a ser pago ao Magistério", acrescenta.
Um levantamento feito pelo Sind-UTE/MG mostra que o achatamento salarial veio corroendo o poder aquisitivo e a qualidade de vida dos trabalhadores em Educação de Minas.
A jornada de lutas das trabalhadoras da Educação de Minas Gerais envolve aulas públicas em todo o estado, caravanas da Educação com atividades de mobilização nas escola, além de paralisações e Assembleia Estadual. Confira o cronograma:
- 10 a 14/03 – Aulas públicas em todo o estado com Banca da Educação, contra a privatização das escolas de MG.
- 17 a 21/03 – Caravanas da Educação com atividades de mobilização nas escolas, plenárias e reuniões.
- 21/03 – Paralisação de ASBs (Auxiliares de Serviço na Educação Básica), com manifestação em BH
- 27/03 – Assembleia Estadual.
Confira vídeo da Campanha Salarial 2025 das trabalhadoras da Educação de MG
Siga o perfil da Revista Fórum e da jornalista Júlia Motta no Bluesky.