BOLSONARO RÉU

Flávio Bolsonaro rifa o pai e coloca até Zema como "viabilidade" para receber apoio do clã

Filho do ex-presidente diz que Bolsonaro ainda é a principal opção, mas apresenta outros nomes para a disputa em 2026

Flávio e Jair Bolsonaro.Créditos: EBC/Reprodução
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O cerco em torno de Jair Bolsonaro (PL) está se fechando até mesmo entre seus próprios apoiadores após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentada nesta terça-feira (18) contra o ex-presidente. Seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), afirmou que o pai ainda é o principal nome para a disputa na Presidência, mas que a direita poderá apresentar outros nomes para concorrer ao cargo. 

O senador afirmou que, mesmo inelegível, Bolsonaro deve lançar sua candidatura, e “lá na frente, se for necessário”, pode apoiar outros nomes. A estratégia é a mesma utilizada por Lula (PT) em 2018, e já havia sido sinalizada pelo clã do ex-presidente.  

Flávio Bolsonaro ainda acrescentou, em entrevista ao O Globo, que presidentes de partidos já chegaram a procurar, além dele próprio, nomes como Michelle Bolsonaro (PL), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Júnior (PSD), Ronaldo Caiado (União Brasil) e até Romeu Zema (Novo). 

"Há diversos nomes que têm opções de política de concorrência. Bolsonaro tem a humildade de, lá na frente pelo necessário, apoiar qualquer um desses que tenha maior potencial. [Presidentes de partidos)] falam para mim, para Tarcísio, falam para Michelle, falam para Ratinho, falam para Romeu Zema, falam para Ronaldo Caiado, falam para todo mundo: 'Olha, mantenha a linha que pode ser que seja você'", firmou Flávio Bolsonaro.

Ainda assim, o filho do ex-presidente ainda declara que é um “desrespeito” falar em alternativas à candidatura do pai em 2026. Flávio ainda afirmou que a denúncia da PGR contra Bolsonaro foi uma "decepção pessoal" dele em relação ao procurador-geral Paulo Gonet.

"Juridicamente eu estaria muito tranquilo, mas politicamente a gente vê que há uma determinação que foi dada ao Gonet. Eu lamento muito, é uma decepção pessoal para mim que o que Gonet está fazendo", disparou o senador. 

Bolsonaro é o líder da organização criminosa do golpe, diz PGR

Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República na noite desta terça-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro liderava uma organização criminosa para promover um golpe de Estado no Brasil.

"Aqui se relatam fatos protagonizados por um Presidente da República que forma com outros personagens civis e militares organização criminosa estruturada para impedir que o resultado da vontade popular expressa nas eleições presidenciais de 2022 fosse cumprida, implicando a continuidade no Poder sem o assentimento regular do sufrágio universal", diz a denúncia. 

E a peça jurídica segue: "A organização tinha por líderes o próprio Presidente da República e o seu candidato a Vice-Presidente, o General Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático."

Antes mesmo dos trechos acima, a PGR já havia indicado para a liderança do ex-presidente. "A responsabilidade pelos atos lesivos à ordem democrática recai sobre organização criminosa liderada por JAIR MESSIAS BOLSONARO, baseada em projeto autoritário de poder. Enraizada na própria estrutura do Estado e com forte influência de setores militares, a organização se desenvolveu em ordem hierárquica e com divisão das tarefas preponderantes entre seus integrantes", aponta o texto.

Ao longo do documento, são descritos os fatos e também a participação de Bolsonaro em diversos atos voltados para "seu propósito ilícito de permanência autoritária no Poder".

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