FASCISMO BOLSONARISTA

Bolsonaro se compara a Trump e ataca Justiça ao se pronunciar sobre julgamento no STF

Em pânico, Bolsonaro ainda citou julgamento de grupo de extrema direita na Alemanha, que teve um plano de golpe, semelhante ao que ocorreu no Brasil, interceptado pela polícia

Bolsonaro bajula Trump nos bastidores da assembleia das Nações Unidas em 2019.Créditos: Alan Santos/PR
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Em pânico com a proximidade do início de seu julgamento por comandar a quadrilha que tentou um golpe de Estado no Brasil, Jair Bolsonaro (PL) foi às redes e se comparou a Donald Trump, presidente dos EUA, ao atacar a decisão de Cristiano Zanin, que definiu a data para início da tramitação do processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na rede X, Bolsonaro publicou um longo texto nesta quinta-feira (14) em que começa se comparando ao presidente dos EUA, que chegou a ser condenado criminalmente por ocultar pagamento à atriz pornô Stormy Daniels antes de voltar à Casa Branca.

O bilionário, que retornou à Presidência dos EUA, ainda foi condenado por crimes financeiros empresariais, em esquema de suborno em Nova York e é acusado por uma tentativa de golpe em 2020, quando a horda de radicais que o apoia invadiu o Capitólio, sede do legislativo dos EUA.

Na publicação, em que compartilha uma notícia de que Zanin marcou para 25 de março o julgamento da denúncia, o ex-presidente diz que Trump superou as "ridículas acusações de 'insurreição'".

"Nos EUA, a perseguição contra Donald Trump e as ridículas acusações de 'insurreição' levaram quase 5 anos para serem convertidas em denúncia formal – e depois foram reduzidas a pó pela escolha soberana do povo americano. Tudo correu na primeira instância, com uma breve consulta à Suprema Corte sobre matéria constitucional", escreve Bolsonaro.

O ex-presidente relata ainda um processo que corre na Alemanha envolvendo um grupo de extremistas de ultradireita - muito semelhante à horda bolsonarista - "envolvendo suspeitas realmente sérias sobreum grupo acusado de planejar um golpe de Estado em 2022".

Assim como a ala radical do bolsonarismo no Brasil, o grupo de extrema direita denominado "União Patriótica", que tem laços estreitos com o movimento Reichsbürger ("Cidadãos do Império Alemão"), alimenta um "conglomerado de teorias da conspiração", segundo a procuradoria, e planejou um ataque ao Bundestag, sede do parlamento alemão.

"Desde agosto de 2021, o pequeno grupo preparava, com um braço armado, a invasão do Bundestag em Berlim, com o objetivo de prender os deputados e derrubar o sistema", aponta a denúncia, muito similar a que foi feita contra a organização criminosa bolsonarista no Brasil.

Ataques ao judiciário

Em seguida, Bolsonaro parte para uma série de ataques, tentando desqualificar a Justiça brasileira para alimentar a narrativa de "perseguição" pela "ditadura do judiciário".

"No Brasil, que tem a 30ª justiça mais lenta do mundo, segundo o Banco Mundial; o judiciário mais caro do mundo, segundo diversas fontes; que não está nem entre os 70 melhores no ranking global de Estado de Direito; e que só supera a Venezuela em imparcialidade... Mas nesse Brasil de índices que impressionam negativamente, um inquérito repleto de problemas e irregularidades contra mim e outras 33 pessoas está indo a julgamento em apenas 1 ano e 1 mês", diz, em tom de pânico, o ex-presidente.

Bolsonaro ainda mente sobre o processo, que foi instaurado logo após os atos golpistas de 8 de Janeiro e provocou uma série de diligências da Polícia Federal nos últimos dois anos.

Por fim, o ex-presidente cita pesquisas de intenção de voto sobre as eleições de 2026, embora esteja inelegível e possa estar na cadeia até lá.

"Parece que o devido processo legal, por aqui, funciona na velocidade da luz. Mas só quando o alvo está em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto para Presidente da República nas eleições de 2026".

 

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