FASCISMO BOLSONARISTA

Hugo Motta lava as mãos sobre Eduardo Bolsonaro na Comissão de Relações Exteriores

Antes da primeira reunião com a agora ministra Gleisi, Motta afirmou que não há o que fazer para barrar filho de Bolsonaro. Líder do PT alerta para crise com o Supremo e bancada bolsonarista pressiona Gonet sobre cassação de passaporte de Eduardo, que está nos EUA

Eduardo Bolsonaro em seu périplo pelos Estados Unidos com Paulo Figueiredo.Créditos: Reprodução de vídeo / Instagram
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Ao chegar na casa de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a primeira reunião de Relações Institucionais com a nova ministra, na noite desta terça-feira (11), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), revelou que deve seguir enfileirado na trincheira bolsonarista.

Em rápida conversa com jornalistas, Motta lavou as mãos e disse que nada pode fazer sobre a indicação, feita pelo PL, para que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) assuma a presidência da Comissão de Relações Exteriores da casa legislativa.

"Não acredito que seja uma crise [a nomeação de Eduardo na comissão], até porque essa distribuição pelos partidos, das comissões, é uma coisa que já é conhecida por todos, é uma praxe regimental, não há muito o que o presidente fazer. Porque isso se dá pelo tamanho de cada bancada, não tem nenhuma novidade nisso", afirmou Motta.

O presidente da Câmara afirmou ainda que "não há como interferir, não há como mudar".

"Nós vamos cumprir regimentalmente aquilo que tem que ser cumprido, sempre tentando, da forma mais harmônica possível, fazer com que os partidos possam convergir e escolher da melhor forma as comissões", emendou.

Praticamente morando nos EUA, para onde levou a família, desde que Donald Trump foi eleito, o filho de Jair Bolsonaro (PL) pode ter o passaporte retido pela Justiça por conspirar contra o Brasil, com pedidos de sanções e bloqueios de contas de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, já esgotou o prazo para analisar as representações feitas por Guilherme Boulos (PSOL-SP) e pela liderança do PT, em nome do líder Lindbergh Faria (PT-RJ) e vice-líder Rogério Correia (PT-MG), que pedem, entre outras medidas, a cassação do passaporte de Eduardo.

"É uma crise muito séria", afirmou Lindbergh em entrevista ao ICL nesta terça-feira (11). 

"É uma crise que está ligada à questão de soberania nacional. A gente pode ter um presidente de uma comissão de um poder independente que, na verdade, não vai defender os interesses nacionais. Ele vai defender a fatura do [Donald] Trump", diz.

Segundo o líder do PT, "para o Supremo, a escolha de Eduardo Bolsonaro para a comissão é uma provocação". "Líderes do Centrão começam a perceber que ao deixar Eduardo assumir a comissão estão comprando briga com o Supremo. Porque o desespero deles é a prisão de Jair Bolsonaro".

Reunião com Gonet

Líder da bancada bolsonarista e da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), apresentou um pedido à PGR para se reunir com Gonet e tratar dos processos para apreensão do passaporte de Eduardo.

Zucco pretende ir à reunião, caso Gonet aceite recebê-lo, com os vice-líderes, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO), para pressionar o PGR.

A tropa de choque bolsonarista quer desqualificar a denúncia afirmando que Lula também teria viajado para fora do país em meio ao lawfare da Lava Jato.

Nas redes, dos EUA onde se encontra, Eduardo e o clã Bolsonaro seguem provocando o Judiciário.

Após o pai, Jair, ir às redes atacar Lindbergh - "não suporta pessoas honestas presidindo Comissões" - Eduardo fez um vídeo react da entrevista do líder do PL, Sóstenes Cavalcante, que falou sobre o tema à Globonews.

Após alegar que não vai representar os interesses do trumpismo, Eduardo faz uma defesa da guerra comercial desencadeada pelo presidente dos EUA, inclusive contra o Brasil.

"Trump está reorganizando o jogo [taxando outros países] e resgatando os valores como o da liberdade de expressão", afirmou Eduardo do alto de um prédio nos EUA.

 

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