Famoso por seus rompantes de valentia e pelos chiliques agressivos e verborrágicos, além de costumeiramente espalhar mentiras nas redes para alimentar a bolha da extrema direita, o deputado federal bolsonarista Mario Frias agora se meteu numa bela enrascada e, justamente, por suas fake news descabidas.
O ex-ator coadjuvante de Malhação tornou-se réu na Justiça Eleitoral de São Paulo por ter disseminado durante a campanha de 2022 uma bizarra história envolvendo o então candidato a presidente Lula (PT) e um boné que o petista usou durante um ato público no Rio de Janeiro.
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Na ocasião, Lula colocou um boné que ganhara de presente dos eleitores locais no qual havia as letras CPX, que é a forma como os moradores do Complexo do Alemão chamam a comunidade. O fato é de conhecimento público na Cidade Maravilhosa e não cansou qualquer surpresa por ser algo totalmente banal.
Só que Frias, como era de se esperar, resolveu capitalizar eleitoralmente em cima e saiu disseminando nas redes sociais que as letras bordadas no adereço significavam "cupinxa", ou seja, "aliado" no sentido criminoso, muito embora o parco conhecimento linguístico do bolsonarista não tenha permitido que ele percebesse que a palavra se escreve com "ch" (cupincha).
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O fato é que o parlamentar extremista e raivoso seguiu com a história e foi acionado judicialmente pela equipe do então candidato, que dias depois tornou-se presidente pela terceira vez, derrotando o ídolo de Frias, Jair Bolsonaro (PL), primeiro e único presidente a não conseguir se reeleger na História do Brasil.
Nas últimas semanas, o Ministério Público Eleitoral (MPE) decidiu pela denúncia de Frias por espalhar mentiras durante o período eleitoral, argumentando que o deputado tinha "a intenção de ligar a figura de Lula a facções criminosas que atuam no município do Rio de Janeiro e, com isso, influenciar os eleitores a não votarem no referido candidato".
Diante dos fatos apresentados pelo MPE, na terça-feira (18), a juíza Cecília Pinheiro da Fonseca, da 6.ª Zona Eleitoral de São Paulo, aceitou a denúncia contra Mario Frias e o tornou réu. Se condenado, ele pode ter o mesmo destino político de seu líder máximo, Jair Bolsonaro, e da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que ficaram inelegíveis por oito anos por crimes cometidos no âmbito eleitoral, embora esta última tenha recorrido ao TSE e siga aguardando decisão final.