HOMENAGEM

Governo cria Prêmio Eunice Paiva para homenagear defensores da democracia

Interpretada por Fernanda Torres em 'Ainda Estou Aqui', advogada foi esposa do deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar

Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva.Créditos: Rede Globo/Wikimedia Commons
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A Advocacia-Geral da União (AGU) criou o Prêmio Eunice de Paiva de Defesa da Democracia para homenagear personalidades que se destacaram na luta pela preservação, restauração ou consolidação da democracia no Brasil. A iniciativa foi oficializada nesta quarta-feira (8) por meio de um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

A criação do prêmio é uma realização do Observatório da Democracia da AGU e pode ser destinado  a pessoas naturais, brasileiras ou estrangeiras, que tenham colaborado de maneira notável na luta pela democracia e no avanço dos valores constitucionais do Estado Democrático de Direito. 

A premiação também homenageia Eunice Paiva, advogada e militante pelos direitos humanos, esposa do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar em 1971. Após o assassinato do marido, Eunice se envolveu na luta contra o regime militar, pela restauração da democracia e em defesa dos direitos humanos, além de buscar por justiça para o marido. 

O advogado-geral da União, Jorge Messias, ressaltou que o prêmio valoriza e lança luzes sobre “personalidades que, por meio de sua atuação profissional, intelectual ou política, tenham realizado contribuições significativas para a preservação e fortalecimento da democracia brasileira e para a defesa dos direitos fundamentais e das liberdades civis”.

Messias ainda acrescenta, no documento enviado a Lula, que a defesa da democracia é uma "missão coletiva que transcende profissões, sendo fundamental para a resistência contra o autoritarismo e a promoção dos valores democráticos".

Sobre a premiação

A premiação irá ocorrer anualmente e será destinada a uma personalidade que tenha demonstrado, por meio de sua atuação profissional, intelectual, social ou política, contribuição expressiva para o fortalecimento do regime democrático no Brasil.

A cerimônia de entrega do prêmio também deverá  valorizar a memória da luta de Eunice Paiva em favor da resistência democrática e sua atuação em defesa dos direitos humanos.

Ainda Estou Aqui

Sucesso de bilheteria, o filme que rendeu à Fernanda Torres um Globo de Ouro no último domingo (5) retrata a luta de Eunice Paiva em busca de respostas e justiça pelo assassinato do marido, o deputado Rubens Paiva. O filme percorre a dor da esposa e dos cinco filhos do casal. 

Morto em 1971, somente em 2014, com a Comissão da Verdade, cinco militares foram acusados de terem assassinado o deputado. Ainda assim, nenhum deles chegou a ser julgado, e três já faleceram. Até hoje, o corpo de Rubens Paiva não foi encontrado. Segundo a versão dos militares, o corpo do deputado foi enterrado e desenterrado diversas vezes, até ser jogado no mar, no Rio de Janeiro.

 

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