Símbolo de combate à ditadura, Eunice Paiva, mãe de Marcelo Rubens Paiva, morre aos 86 anos

Viúva de Rubens Paiva, assassinado pelo regime militar em 1971, Eunice morre no dia em que a promulgação do AI-5 completa 50 anos

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[caption id="attachment_146168" align="alignnone" width="700"] Eunice e Rubens Paiva, morto pela ditadura - Foto: Reprodução/Instituto Vladimir Herzog[/caption] Eunice Paiva, símbolo do combate à ditadura do regime militar, morreu nesta quinta-feira (12), em São Paulo, aos 86 anos. Esposa de Rubens Paiva, ex-deputado cassado em 1964 e desaparecido após ser preso, torturado e assassinado pela ditadura militar no Rio de Janeiro no início de 1971, Eunice passou anos lutando para conseguir lutou pela busca sobre o paradeiro do marido. As informações são do G1.

De acordo com o Instituto Vladimir Herzog, Eunice lutava contra o Mal de Alzheimer. A trajetória de sua luta foi escrita por um dos filhos do casal, o jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, no livro “Ainda Estou Aqui”, lançado em 2015. Além de Marcelo, ela deixa ainda as filhas Veroca, Eliana, Nalu e Babiu.

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Durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em 2014, Marcelo Rubens Paiva mencionou o sofrimento da mãe: “Pelas novas revelações, meu pai morreu no dia em que minha mãe foi presa. Ela foi deixada na cela mais 12 dias. Para quê? Melhor nem pensar”, declarou.

[caption id="attachment_146169" align="alignnone" width="500"] Marcelo Rubens Paiva - Foto: Reprodução/YouTube[/caption] Na sequência, citou o estranhamento de se sentir no dever de agradecer por não terem matado também Eunice, a quem chamou de “a heroína da família”.

Eunice estudou Direito na Universidade Mackenzie após ter o marido assassinado pela ditadura, se tornou advogada para se engajar nas lutas sociais e políticas.

Em nota, o Instituto Vladimir Herzog diz que “lamenta profundamente a morte de Eunice e manifesta toda sua solidariedade à família, em especial aos filhos Marcelo e Veroca. Talvez não por coincidência, Eunice morre no dia em que a promulgação do AI-5 completa 50 anos: um protesto de quem nunca deixou de lutar por um país democrático, mais justo e que garanta o direito a memória e justiça a todos os seus cidadãos”.

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