Como era de se esperar, deputados bolsonaristas foram às redes sociais defender a parlamentar Carla Zambelli (PL-SP), que teve o mandato cassado pelo TRE-SP por abuso de poder e disseminação de desinformação sobre o processo eleitoral de 2022.
Mas os colegas de extrema direita de Carla Zambelli não se limitaram a defendê-la: distorceram a decisão dos magistrados e se fizeram de vítimas, afirmando que parlamentares da direita são perseguidos e que a liberdade de expressão está sendo tolhida. A velha cantilena bolsonarista para enganar incautos.
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Entre aqueles que correram para defender Carla Zambelli, estava o deputado federal por Minas Gerais Nikolas Ferreira, que escreveu um completo absurdo ao tentar defender a colega de parlamento:
“O TRE de SP acaba de cassar o mandato da deputada Zambelli por ‘disseminar desinformação’. Quase um milhão de cidadãos paulistas podem ter seus votos jogados no lixo porque sua candidata emitiu opiniões. Infelizmente, a democracia brasileira tem vivido tempos sombrios. Meu total apoio à Zambelli. Estou na torcida para que essa decisão seja revista”, escreveu Nikolas Ferreira.
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Porém, o deputado levou uma invertida da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), autora da ação que culminou na cassação de Zambelli, e passou vergonha nas redes:
“Descredibilizar o processo eleitoral, preparar o terreno para tentativa de golpe, atacar a democracia não é ‘emitir opinião’, é crime. Sou autora da ação, com orgulho, e espero que Zambelli seja só a primeira dos golpistas a ser responsabilizada por seus atos”, disparou Sâmia Bomfim, que ainda mandou um alerta para o deputado mineiro.
Carla Zambelli tem mandato cassado pelo TRE-SP por abuso de poder
Por 5 votos a 2, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) nesta quinta-feira (30) por abuso de poder. No entendimento da corte, a parlamentar usou de maneira abusiva os meios de comunicação e montou uma teia de desinformação. Ainda cabe recurso.
A decisão
Para a maioria dos magistrados do TRE-SP, prevaleceu o entendimento de que Carla Zambelli disseminou informações falsas sobre o processo eleitoral de 2022 e, além disso, a parlamentar montou uma "teia de desinformação". Para tanto, usou as redes sociais e sites para espalhar mentiras.
A Ação de Investigação Eleitoral (Aije) foi movida pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). O julgamento havia sido suspenso em dezembro passado, após a juíza Maria Cláudia Bedotti pedir vistas.
À Fórum, a deputada Sâmia Bomfim comentou a decisão do TRE-SP. “A decisão do TRE-SP é uma vitória para a democracia e um passo fundamental no combate à desinformação propagada pela extrema direita. Zambelli usou seu mandato para espalhar mentiras e minar a confiança no processo eleitoral. Não podemos permitir que figuras públicas utilizem seu poder e prestígio para sabotar a democracia impunemente", disse.
Com a decisão do TRE-SP, Zambelli fica inelegível por oito anos. Por meio de suas redes sociais, ela lamentou a decisão do Tribunal e se diz alvo de "perseguição". "Fica claro que a perseguição política em nosso país, contra os conservadores, é visível como o sol do meio-dia", escreveu a deputada.
A decisão do TRE-SP não tem efeito imediato; portanto, Carla Zambelli continua com o seu mandato.