EXTREMA DIREITA

7 de setembro flopado? Nas redes, há "baixo engajamento", afirma professor

Segundo análise de David Nemer, professor da Universidade da Virgínia, engajamento de bolsonaristas está fraco

7 de setembro não deve ser mar de rosas para BolsonaroCréditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Neste sábado (7), a extrema direita deve se reunir na Avenida Paulista, em São Paulo, em um ato pró-Bolsonaro. No entanto, segundo o professor de Estudos de Mídia e Antropologia da Universidade de Virgínia, David Nemer, o nível de engajamento no Telegram para o evento não indica muito entusiasmo.

Os resultados são parte de um relatório do DIRE Project (Democracy, Information, and Radical Extremism), assinado por Nemer e por André Sobral, sociólogo e engenheiro de sistemas e computação, especialista em Informática e Sociedade.

"A análise das mensagens e interações nos grupos revelou um baixo número de compartilhamentos e engajamento em postagens relacionadas às comemorações do 7 de setembro", afirmou o pesquisador na rede social Bluesky.

De acordo com o cientista, a própria organização dos grupos bolsonaristas ainda não se definiu sobre o local do evento. "Observamos a organização de manifestações em 13 capitais, mas há uma divergência entre grupos que convocam mobilizações em todo o país e o canal do Bolsonaro, que está pedindo para focar na Av. Paulista, em São Paulo", explicou.

Além disso, segundo o pesquisador, a narrativa sobre a rede social X e sobre Elon Musk também não tem tido grande repercussão nos grupos de extrema direita.

"Constatou-se um menor engajamento e compartilhamento das convocatórias para as manifestações, assim como a tentativa de utilizar Elon Musk e sua empresa Twitter/X como motivação para os protestos não gerou uma resposta significativa, ficando em segundo plano em relação às pautas nacionais", concluiu o pesquisador.

Ao longo das últimas semanas, foi noticiado como diferentes setores do bolsonarismo têm entrado em rota de conflito devido às pautas e às implicações políticas do ato.

A escolha de Ricardo Nunes (MDB) como candidato oficial da família Bolsonaro para prefeitura de São Paulo, a decisão de Bolsonaro de não apoiar um impeachment de Alexandre de Moraes e questões pessoais entre membros do grupo têm sido motivo de conflitos abertos e públicos entre bolsonaristas.

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