A eleição em São Paulo está acirradíssima e um dos recortes mais pronunciados da disputa é o duelo nada limpo entre Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e nome oficialmente apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e Pablo Marçal (PRTB), um coach forasteiro de extrema direita que é mais a cara do bolsonarismo, mas que por arranjo político foi preterido e atacado pelo antigo ocupante do Palácio do Planalto, que inicialmente até chegou a cortejá-lo e a dar de ombros para o candidato formalmente indicado por sua coalizão.
Passado quase todo o período eleitoral, Nunes, de fato, tornou-se o nome do bolsonarismo e ganhou até afagos públicos do ex-presidente, que tratou de estancar o crescimento de Marçal usando sua máquina mortífera digital. Mas um áudio obtido com exclusividade pela Fórum mostra que o postulante à reeleição segue sendo sabotado e atacado de dentro do bunker central do bolsonarismo, que parece mesmo querer de coração uma vitória de Marçal. Trata-se de uma gravação do assessor número um e espécie de “sombra” de Bolsonaro, o advogado e faz-tudo Fabio Wajngarten.
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No registro, o ex-chefe da Secom e figura controversa do submundo político da extrema direita dá orientações sobre como Marçal deveria atacar Nunes no debate final da TV Globo, para desestabilizar o prefeito em cadeia nacional. Para isso, ele usa uma baixaria sem tamanho: acusar Nunes de agredir sua própria mulher.
“Debate da Globo... Debate da Globo, 20 pontos de audiência, 36 horas antes da eleição, primeira pergunta o Marçal “ô prefeito, o senhor bate na sua esposa de mão aberta ou de mão fechada?”... Acabou, é isso... Pra mim, ficou [inaudível]... Eu não sei se ele tem essa inteligência [inaudível]... Prefeito, o senhor bateu de mão aberta ou de mão fechada?”, diz Wajngarten a uma interlocutora que não pôde ser identificada.
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Ouça a gravação: