Um vídeo que circula nas redes sociais neste domingo (22) mostra integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) de São Paulo, sob o comando do atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), empunhando fuzis e em postura repressora durante uma caminhada de pets pró-Boulos no Minhocão.
Guilherme Boulos, candidato à prefeito de São Paulo pelo PSOL, não estava presente. A atividade foi organizada por apoiadores.
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Abordagem desproporcional da GCM
O autor do vídeo, o jornalista Haroldo Ceravolo, conversou com a Fórum e relatou como ocorreu a abordagem da GCM que ele classificou como desproporcional.
Por volta das 17h, a "cão-minhada" reunia aproximadamente 30 a 40 pessoas, entre elas famílias com os bichinhos de estimação. O clima era tranquilo e pacífico, sem panfletagem ou ações agressivas.
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Algumas poucas pessoas portavam bandeiras, mas, ao longo do trajeto, algumas delas recolheram os adereços para evitar qualquer tipo de confusão.
A caminhada seguiu sem problemas, até que o grupo foi abordado pela Guarda Civil Metropolitana (GCM), que tentou interromper o ato alegando que o local, sendo um espaço público, não permitia a exibição de bandeiras ou a realização de manifestações.
Mesmo sem resistência, o grupo foi cercado pela GCM já no final do percurso, por volta das 18h, quando o sol começava a se pôr. A abordagem contou com dois carros da GCM, que bloquearam o caminho de ambos os lados da caminhada. Guardas armados com fuzis se aproximaram do grupo, o que gerou um clima de tensão entre os manifestantes.
Embora não houvesse qualquer sinal de confronto ou desobediência, o uso de armamento pesado foi visto como desproporcional pelos participantes.
"Eu fiz esse vídeo no final do processo, porque eu fiquei realmente incomodado com o uso de uma arma pesada numa situação absolutamente tranquila, sem nenhum risco e sem nenhum incômodo para quem estava no Minhocão", contou Ceravolo.
O que diz Boulos sobre a GCM
O programa de governo de Boulos prevê a criação do Programa São Paulo Mais Segura, que dobrará o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (atualmente com pouco mais de 7 mil agentes) e implementará a estratégia de policiamento de proximidade.
O programa garantirá a presença física da GCM nas ruas, com base no mapa de incidência criminal da cidade, atuando nos pontos de ônibus, nas principais vias e logradouros e nos centros comerciais dos bairros e da região central.
Durante uma sabatina promovida pela Rádio Eldorado no dia 3 de setembro, Boulos afirmou ser contra armar mais a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e disse que, se for eleito, vai garantir equipamento "adequado" à tropa, além do uso de câmeras corporais.
Boulos disse que pretende dobrar o efetivo da GCM e assegurar a sua função de "policiamento comunitário de proximidade". Segundo ele, haverá, ainda, "atuação cirúrgica" em relação a roubos e furtos de celulares.
"(A GCM) Seria armada como ela está hoje. Você tem uma quantidade de fuzis comprados há três anos, e é até uma coisa curiosa. Sabe quantas vezes esses fuzis foram usados? Nenhuma. Não deu um tiro. Só em treinamento."
O que diz Boulos sobre animais
No programa de governo, Boulos anuncia a Política Municipal de Proteção dos Animais.
"Vamos criar políticas públicas voltadas à defesa dos animais, com a participação da sociedade civil, instituindo ações regionalizadas em módulos por espécies: como cães e gatos, tração animal, manejo e conservação da fauna silvestre e animais nos parques e Áreas de Preservação Ambiental. Além disso, vamos potencializar as ações para o controle populacional de cães e gatos, com uma política municipal de castração", diz.
Leia aqui o programa completo.
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