Durante o debate SBT-Terra-Nova Brasil, o candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) enquadrou Ricardo Nunes (MDB) sobre a privatização dos cemitérios e sobre a zeladoria da capital paulista.
Em uma prévia dos embates possíveis no segundo turno, Nunes pediu elogios à sua gestão de zeladoria para Boulos, que fez um questionamento duplo para o candidato de Bolsonaro.
"Minha proposta para a zeladoria é não cuidar da cidade só em tempo de eleição, que foi o que você fez. Infelizmente, fazer recapeamento é importante, tapa buraco é importante, mas isso tem que ser ao longo de todos os anos de gestão, não só na véspera da eleição. Você que está assistindo sabe disso. A cidade estava totalmente largada, praça virando matagal, cratera nas ruas fazendo aniversário. Aí foi chegar perto da eleição, o Ricardo Nunes começou a fazer maquiagem. Zeladoria tem que ser um cuidado permanente em respeito aos moradores da cidade", disse Boulos.
"Outro ponto que eu acho que é importante que você falasse, Nunes, é sobre a zeladoria e o cuidado dos cemitérios da cidade. Que depois que você privatizou os cemitérios em São Paulo, os cemitérios, além de estarem mais sujos, mal cuidados, teve preço que aumentou 11 vezes", disse. "O preço do velório aumentou 4 vezes. Queria saber se você reconhece, Nunes, o erro de só ter começado a atuar na véspera de eleição e de ter privatizado os cemitérios em São Paulo", afirmou.
Nunes não reconheceu o erro, e seguiu afirmando que o preço dos cemitérios, na verdade, não aumentou. O atual prefeito reforçou que a privatização foi uma boa medida para a capital. "Preço congelado desde 2019 e 25% de desconto para o velório social e continua a gratuidade para as pessoas que apresentam atestado de pobreza", afirmou o emedebista.
Boulos, por sua vez, prometeu acabar com a privatização e retomar o controle do serviço funerário. "Você acha que ficou mais fácil ou mais barato enterrar alguém? Quem precisou do serviço funerário de São Paulo sabe, e na pior hora, da maneira mais dolorosa. Ricardo Nunes ajudou a criar uma indústria da morte. Eu vou acabar com isso. Eu vou revogar essa concessão do serviço funerário que foi péssima para o povo mais pobre da cidade", completou o candidato do PSOL.