Em reunião com o grupo Esfera Brasil, que reúne empresários paulistas na última quinta-feira (12), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, saiu em defesa de Alexandre de Moraes e da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a rede X, de Elon Musk, no Brasil.
Rodrigues falou para um grupo que é comandado pelo dono da CNN Brasil, o empresário João Camargo, que criou o Esfera Brasil para substituir o Lead, de João Doria, na interlocução com o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Te podría interesar
Muitos dos membros são bolsonaristas e o recado do diretor da PF mirou esse grupo, particularmente.
Segundo Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, Rodrigues usou como exemplo uma publicação do senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES), que expos nas redes a esposa e a filha de 5 anos de um delegado da PF para incitar ataques ao agente que o investigava. A publicação trazia na legenda: "Procura-se vivo ou morto".
Te podría interesar
"Imaginem, uma criança de 5 anos, o que gerou comentários na linha: 'morto vale quanto?'. A esposa desse delegado faz tratamento até hoje", disse o diretor da PF.
Vocês acham razoável?", questionou Rodrigues, mirando os empresários bolsonaristas. Na plateia, também estava presente o presidente do Google Brasil, Fábio Coelho.
"O X não fez nada, nem apagou o post nem pagou a multa. E ainda disse que iria retirar o escritório da rede social no Brasil, para não terem com quem falar", emendou o diretor.
Rodrigues ainda ressaltou que a suspensão da rede X foi o "último recurso" de Moraes para acabar com as ameaças e os crimes em série de Musk no Brasil.
"Coloquem-se na posição do meu colega e de Moraes: O que fariam?", indagou.
Nas redes, João Camargo postou fotos do evento e disse que "foi uma grande oportunidade de debater e esclarecer dúvidas sobre o papel das forças de segurança no combate ao crime organizado, o combate à corrupção e a importância do direcionamento de mais recursos e parcerias com o mundo corporativo para fortalecer projetos de segurança pública".
Austrália
Enquanto isso, na Austrália, o premiê Anthony Albanese rebateu Elon Musk, que vem atacando sistematicamente autoridades e instituições do país, e sinalizou que pode suspender a rede, a exemplo do que fez o Brasil.
Albanese afirmou que as redes têm "responsabilidade social". “Se o senhor Musk não entende isso, diz mais sobre ele próprio do que sobre o governo”.
A Austrália discute um projeto de Lei prevê multas de até 5% do volume de negócios anual dos gigantes da tecnologia, nos casos de violação das obrigações de combate às informações falsas.
Como sempre, Musk foi às redes atacar as autoridades do país, classificando-os como "fascistas" na noite de quinta-feira (12), segundo informações da Rádio França Internacional.