POLÍTICA

Partido de Bolsonaro entra com ação surreal para censurar pronunciamento de Lula

Em coro com o PSDB, o PL, de Bolsonaro, quer que o governo seja obrigado a excluir o pronunciamento de todas as mídias

Bolsonaro em gravação de pronunciamento em 2019.Créditos: Isac Nóbrega/PR
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Um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar inconstitucional a PEC Eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) para distribuir benefícios às vésperas das eleições de 2022 - em medida desesperada para comprar votos e tentar evitar a derrota -, o PL, partido do ex-presidente, entrou com uma ação surreal para tentar censurar o pronunciamento em rede nacional de rádio e TV feito por Lula no dia 28 de Julho.

Na ação, que será protocolada nesta sexta-feira (2) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PL afirma que Lula usou o pronunciamento, em que fez um balanço de 1 ano e meio de governo, para fazer "propaganda eleitoral extemporânea".

A legenda quer que o governo seja obrigado a excluir o pronunciamento de todas as mídias.

Nos primeiros 15 meses de seu governo, Bolsonaro convocou a cadeia nacional de rádio e TV por 9 vezes para fazer pronunciamentos. Em 2021, o ex-presidente e seus ministros fizeram um total de 15 aparições com custo de R$ 716 mil.

"Não se pode admitir que o mandatário maior da nação se utilize de pronunciamento em cadeia nacional para: comparar forças políticas antagônicas e realizar críticas ao governo anterior, exaltando supostas qualidades pessoais do Presidente da República e de seu partido", diz trecho da ação movida pelo PL, divulgada pelo jornal O Globo.

O partido de Bolsonaro faz dobradinha com o PSDB, rival histórico de Lula, que na segunda-feira (29) afirmou em nota que Lula fez "propaganda da divisão do país da qual ele é um dos protagonistas".